A nova onda norte-americana contra imigrantes tem mais um marco: a cidade de Fremont, em Nebraska, fez um plebiscito para aprovar uma lei proibindo empresários de contratar imigrantes sem visto de residência permanente. A proibição vale também para proprietários que queiram alugar seus imóveis: eles não poderão mais ser oferecidos para imigrantes sem documentos.
A votação é resultado de dois anos de queixas e tentativas do Partido Republicano para inibir a mão de obra ilegal na cidade. A legislação, aprovada em um referendo com cerca de 57% dos votos, é resultado de uma campanha iniciada dois anos atrás, diante da preocupação dos moradores com o aumento da população hispânica nessa cidade de 25 mil habitantes: nos anos 90, havia 165 imigrantes e agora as estatísticas falam em 2 mil sem documentos de imigração ocupando postos que poderiam ser de norte-americanos.
A campanha recolheu mais de três mil assinaturas, o que levou a Suprema Corte do Nebraska a aprovar a realização do plebiscito. A nova lei vai exigir que imigrantes tenham uma licença da prefeitura para morar na cidade. Jerry Hart, militante a favor da restrição a imigrantes, acredita que vai aumentar a segurança: "A lei federal deveria controlar a quantidade de pessoas que entra no território americano."
Mas existem muitas falhas na política imigratória. É hora de ter um controle local. Entidades de defesa dos direitos humanos condenaram a iniciativa, dizendo que pode aumentar os casos de racismo e discriminação, especialmente depois que o Arizona decidiu criminalizar o tratamento dispensado a imigrantes ilegais.
A expectativa é de que a lei seja contestada na Justiça, já que nos Estados Unidos as questões ligadas a imigração são de responsabilidade do governo federal, não de Estados ou municípios.
Em 2008, um vereador local já havia proposto legislação semelhante, que na época foi rejeitada por pequena margem em um referendo.