Buenos Aires - Ofuscada pela disputa na província de Buenos Aires (que não inclui a cidade de mesmo nome), a eleição para cargos legislativos nacionais na capital da Argentina, segundo maior distrito eleitoral do país (9% dos votos nacionais), traz surpresas na reta final e terá papel decisivo na conformação de candidaturas presidenciais opositoras para 2011.
A eleição de domingo renova metade da Câmara dos Deputados (127 cadeiras) e um terço do Senado (24 cadeiras). Pela capital se elegem 13 deputados.
A eleição na Província de Buenos Aires atrai atenções porque, além de ser o maior distrito do país (37% dos votos), é onde o governo Cristina Kirchner joga todas suas fichas, com a candidatura à Câmara do ex-presidente Néstor Kirchner, que disputa o primeiro lugar com a Unión-PRO, frente de centro-direita do empresário e deputado federal Francisco De Narváez.
Protagonista
Já a eleição na capital tem a oposição como protagonista. O voto é dado aos partidos, que montam listas de candidatos quanto mais votos, mais postulantes são eleitos.
Todas as pesquisas apontam vitória do PRO, sigla do prefeito Mauricio Macri. Ex-presidente do Boca Juniors, Macri é aliado de De Narváez e opositor ferrenho aos Kirchner.
O triunfo de sua lista na cidade, encabeçada por sua ex-vice, Gabriela Michetti, deve render ao PRO pelo menos 5 das 13 cadeiras em disputa. Também abre caminho para a candidatura de Macri à Presidência em 2011, dada como certa.
Se Macri nada de braçada na capital, o mesmo não ocorre com o Acordo Cívico e Social a união entre União Cívica Radical, rival histórica do peronismo (partido do governo), e a Coalizão Cívica de Elisa Carrió, segunda colocada nas eleições presidenciais de 2007.
Pesquisa divulgada ontem mostra que a frente radical, até então cômoda no segundo lugar, está em empate técnico (18,1% contra 17,7%) com a lista do cineasta de esquerda Fernando "Pino Solanas, a surpresa da eleição na cidade.