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Argentina: relatório analisa período a partir do terceiro trimestre de 2023.
Argentina: relatório analisa período a partir do terceiro trimestre de 2023.| Foto: Juan Roncoroni/EFE

A pobreza na Argentina passou de 49,5% em dezembro de 2023 para 57,4% em janeiro, nível mais alto dos últimos 20 anos, atingindo 27 milhões de pessoas. Os dados são do relatório "Argentina século XXI: Dívidas sociais crônicas e desigualdades crescentes. Perspectivas e desafios", divulgado neste domingo (18) pelo Observatório da Dívida Social Argentina.

Apesar dos números refletirem o primeiro mês deste ano, o relatório enfatiza que as consequências do aumento da pobreza no país vizinho se deram em virtude de medidas econômicas tomadas a partir do terceiro trimestre de 2023, ou seja, ainda no governo de Alberto Fernández.

O documento também ressalta algumas medidas que elevaram os valores da cesta básica e de alguns alimentos contribuindo para o aumento da pobreza. O estudo revelou que a taxa de indigência na Argentina atinge 15% da população do país, o número se manteve estável em relação ao ano passado.

De acordo com o diretor do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica da Argentina, Agustín Salvia, os principais afetados pela situação são "pessoas da classe média baixa e os trabalhadores de baixa qualificação".

Esse é o índice de pobreza mais alto desde 2004, quando atingiu 54,8% dos argentinos. "A diferença é que naquela época estávamos saindo de uma crise e agora, se o programa do governo não funcionar, estamos entrando nela", apontou Salvia.

“Se a inflação cair, haverá um alívio rápido; caso contrário, estaremos enfrentando uma catástrofe social", completou o pesquisador.

Segundo os dados do relatório, os mais afetados em janeiro foram as famílias de classe média e baixa, na sua maioria aquelas que não recebem nenhum tipo de benefício do governo federal. Porém, aquelas que desfrutam de algum benefício estatal também se tornaram mais pobres: de 76,5% no terceiro trimestre de 2023 para 85,5% em janeiro de 2024.

O atual presidente da Argentina, Javier Milei, reagiu aos números do relatório. No seu X (antigo Twitter), ele afirmou que isso é fruto de uma destruição vivida pelo país nos últimos 100 anos e concluiu com uma frase de esperança. "Vamos dar nossas vidas para levá-la [Argentina] adiante".

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