Estrangulado pela alta inflação, que já se coloca como a maior da América Latina pelo terceiro ano consecutivo, e um crescimento na criminalidade, o eleitor venezuelano irá às urnas no domingo para eleger governadores estaduais e prefeitos das maiores cidades do país, em meio a uma forte polarização. No total, 22 governos estaduais e 382 prefeituras estarão em disputa e 16,8 milhões de eleitores irão às urnas, dos quais 200 mil são estrangeiros que vivem na Venezuela há mais de dez anos e podem votar. A campanha ficou marcada por uma forte polarização entre chavistas e opositores.
A campanha eleitoral foi concluída nesta quinta-feira. A intensa participação que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, manteve durante todo o processo, praticamente transformou o pleito em um plebiscito sobre o seu governo. O diretor da empresa local Datanálises, Luis Vicente León, disse que a intensa polarização promovida por Chávez levou os venezuelanos a priorizarem a defesa da democracia e das liberdades, em vez dos graves problemas sociais e econômicos da Venezuela.
De acordo com pesquisa feita pela Datanálises em outubro, 82,4% dos cidadãos se sentem inseguros e com medo da violência, enquanto o aumento do custo de vida é a principal preocupação para 15% dos entrevistados. A inflação no mês passado foi de 2 4% na Venezuela, e nos últimos dez meses os preços subiram 24 7%. Na região da capital, Caracas, a inflação nos últimos doze meses foi de 35,6%, com destaque para o aumento dos preços dos alimentos, de 51,4%.
León disse que o debate para as eleições não foi sobre a inflação e a violência, "mas sim sobre a revolução contra o império (os Estados Unidos) e contra a oposição", à qual Chávez atacou com ameaças que vão desde o envio de tanques às ruas ao encarceramento de líderes oposicionistas.
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