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A polícia iraquiana disse neste sábado ter encontrado mais 47 corpos de vítimas de esquadrões da morte em Bagdá. O anúncio ocorreu depois de Washington ter afirmado que deslocaria tropas de outras regiões do Iraque para aumentar a segurança na capital do país.

Os corpos foram deixados em ruas de Bagdá durante a noite. Quase 180 pessoas foram mortas na cidade em quatro dias.

Os militares dos Estados Unidos negaram relatos da imprensa americana de que o Iraque cavaria uma trincheira gigante ao redor da cidade, na próxima fase da operação de segurança em curso na região. Mas confirmaram que motoristas terão que passar por mais postos de checagem, restringindo assim o acesso ao local.

Os militares reconheceram o aumento das execuções de vítimas por motivações étnicas nesta semana, na capital. No entanto, declararam que a violência foi reduzida nas áreas dispersas atingidas pela grande operação de segurança.

Segundo a polícia, a maior parte das vítimas encontradas foi torturada. Ao todo, 26 corpos foram encontrados no oeste da capital, uma área majoritariamente sunita, e 21, no leste, o lado predominantemente xiita.

Também em Bagdá, um carro-bomba matou um civil e feriu 22 do lado de fora de uma delegacia de polícia, e dois soldados iraquianos foram mortos numa explosão, quando retiravam um corpo de um carro onde fora instalada uma bomba.

Nos últimos meses, os Estados Unidos tornaram a capital iraquiana a sua prioridade, depois de concluírem que a violência entre sunitas e xiitas é uma ameaça maior do que a insurgência sunita no leste e no norte do país.

- Bagdá é o nosso principal esforço agora - afirmou o general Peter Chiarelli, o principal comandante operacional dos Estados Unidos no Iraque, em entrevista à imprensa, na sexta-feira.

Ele afirmou que tropas estão sendo transferidas da província de Anbar, no oeste, reduto da insurgência sunita e base da facção iraquiana da Al-Qaeda, para a capital. Ele negou estar abandonando Anbar:

- Não há um comandante neste mundo que não diria que poderia usar mais forças, mas eu acredito que temos as forças que precisamos em Anbar, entendendo que Anbar hoje é um esforço de apoio ao que fazemos em Bagdá.

A tática de reduzir as tropas de Anbar causou polêmica, após o vazamento nesta semana de um documento militar confidencial, que descrevia a Al-Qaeda como a força política dominante naquela província. A conclusão era de que os Estados Unidos somente derrotariam os insurgentes do local se enviassem mais homens para lá.

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