A Finlândia acordou em choque e em luto um dia depois de um jovem de 18 anos matar 8 pessoas na escola.
As bandeiras de todos os prédios do país ficaram hasteadas a meio pau. Na escola onde ocorreu o massacre, foi respeitado um minuto de silêncio.
Entre os mortos estão seis alunos, a diretora do colégio e uma enfermeira do local.
"O tiroteio nos deixa uma ferida grande em nossa sensação de segurança", afirmou o premiê finlandês, Matti Vanhane. "Provavelmente nunca saberemos o que passou na cabeça do jovem atirador para ele cometer o ato."
O governo obrigou ainda que todos os colégios funcionassem normalmente nesta quinta-feira para mostrar o máximo possível um estado de normalidade. Apenas a escola do ensino médio - isolada pela polícia após a tragédia - está fechada e sem previsão de reabertura até o fim da semana.
Segundo as primeiras investigações da polícia, o assassino tinha como principal objetivo a diretora da escola, que morreu praticamente na hora.
Pekka-Eric Auvinen, autor do tiroteio, havia completado 18 anos em junho e cursava seu último ano de Filosofia e História nesse colégio de ensino médio.
Segundo companheiros do atirador, ele era "aparentemente normal", mas tomava medicamentos antidepressivos para tratar de problemas psiquiátricos. Um deles contou para a agência de notícias "Efe", porém, que o jovem sofreu agressões de colegas. Os professores do colégio disseram que Auvinen tinha uma inteligência superior à média.
Pelo menos dez pessoas foram hospitalizadas, devido a lesões de diferentes graus.
Antes do massacre, o jovem baixou no site YouTube um vídeo simulando a matança.
Dia depois
A Finlândia se perguntava nesta quinta-feira o motivo e as circunstâncias que levaram um estudante de 18 anos a assassinar a sangue frio na quarta-feira oito pessoas em uma escola, um drama que deixou em completo estado de choque um país raramente afetado pela violência.
A polícia investiga o crime de Tuusula, uma pitoresca cidade de 30.000 habitantes às margens de um grande lago, 40 quilômetros ao norte de Helsinque, que se transformou no cenário de uma das maiores tragédias finlandesas nas últimas décadas.
As ruas desertas contrastavam com a efervescência de quarta-feira, depois que um aluno do colégio Jokela abriu fogo contra os colegas no horário de almoço.
Nos 20 minutos seguintes, Pekka-Eric Auvinen, 18 anos, descrito por alguns como um solitário apaixonado por armas e por outros como um garoto "normal", matou oito pessoas: a diretora do centro de ensino, a enfermeira, cinco alunos e uma aluna.
Às 12h04 locais, a polícia ouviu o último disparo que, segundo a primeira reconstituição dos fatos, foi o tiro que o assassino que o assassino deu na própria cabeça e que provocou sua morte algumas horas depois em um hospital da cidade.
"Tuusula vai demorar uma eternidade para curar suas feridas", declarou o prefeito da cidade, Hannu Joensivu.
Pelas ruas da cidade, pedestres anônimos depositam flores, cartões e acendem velas em homenagem às vítimas, diante da câmeras de emissoras de televisão de todo o mundo.
A matança de quarta-feira é uma ação rara na Finlândia, país com 5,4 milhões de habitantes que sempre se orgulhou dos pequenos índices de criminalidade em comparação com restante da Europa.
Agora, a tragédia de Tuusula mergulhou o país em uma onda de estupor e consternação, assim como em uma polêmica sobre a vigilância da internet e de alguns sites populares entre os adolescentes, já que o assassino anunciou a matança um dia antes, em um vídeo divulgado no portal YouTube.
Algumas vozes já começaram a criticar as falhas do sistema escolar finlandês que, no entanto, é considerado exemplar em todo o mundo.
A diretora-geral do Conselho Nacional de Educação, organismo responsável pelo sistema educacional na Finlândia, lamentou a falta de recursos dedicados à ajuda e detecção de alunos com problemas.
"O drama não foi uma surpresa", disse indignada Kirsi Lindroos em uma entrevista ao canal de televisão estatal Yle. "O trabalho nas escolas é gigantesco e os recursos mínimos. Dispomos do material para fazê-lo, mas sempre aparece o problema dos recursos", resumiu.
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