A ex-terrorista da Fração do Exército Vermelho (RAF, na sigla em alemão) Daniela Klette foi detida em Berlim sem resistir após 30 anos de busca e captura, segundo confirmou à Agência EFE um porta-voz do Ministério Público de Verden, no leste da Alemanha.
Também conhecido como Baader-Meinhof, o grupo marxista que defendia a luta armada esteve ativo entre as décadas de 1970 e 1990 e é acusado de ao menos 33 assassinatos, além de sequestros e ataques a bomba.
A mulher, nascida em 1958 em Karlsruhe, sul da Alemanha, foi presa graças a uma impressão digital no bairro de Kreuzberg. A polícia encontrou munição na residência da terrorista, segundo a imprensa local.
O trio formado por Klette e seus companheiros Ernst-Volker Staub e Burkhard Garweg é acusado de tentativa de homicídio e vários roubos violentos cometidos após passarem à clandestinidade depois da dissolução da RAF, em 1998.
Desde então, a Justiça alemã nunca desistiu de tentar descobrir o paradeiro dos hoje conhecidos como “pensionistas da RAF”.
No último dia 9, o MP de Verden informou que nos últimos meses surgiram novas evidências como resultado de diversas ações, incluindo buscas nas casas de parentes de Garweg.
Depois, o Ministério Público observou que continuava “incerto” se os acusados – colocados em 2020 na lista dos mais procurados da Europol – estavam na Alemanha ou no exterior.
A hipótese dos investigadores é que o trio viveu na Alemanha ao menos entre 1999 e 2016 com ajuda de terceiros e cometeu vários roubos violentos nesse período, não por razões políticas, mas para financiar sua vida na clandestinidade.
O grupo pertencia à chamada “terceira geração” da RAF, grupo responsável, entre outros, pelo assassinato do procurador-geral do Estado, Siegfried Buback, e, em 1989, do presidente do Deutsche Bank, Alfred Herrhausen, em um ataque à bomba.
A própria Klette atuava em organizações de esquerda desde 1975 e é suspeita de estar envolvida em vários ataques a bomba, embora o seu papel específico dentro da RAF continue sendo objeto de especulações. (Com Agência EFE)
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