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Protesto contra assassinato de jovem negro em Ferguson. | Lucas Jackson/Reuters
Protesto contra assassinato de jovem negro em Ferguson.| Foto: Lucas Jackson/Reuters

No ano passado, o município de Ferguson, nos Estados Unidos, viveu dias de tensão depois que um policial branco foi acusado de matar um jovem negro. O episódio gerou uma onda de protestos. Na última semana, um relatório do Departamento de Justiça indicou que abusos, agressões, detenções injustificadas e cobranças de propina são constantes. “Ferguson, uma cidade de maioria negra em que grande parte dos oficiais são brancos, age menos como uma municipalidade e mais como uma empresa autossuficiente, que tira dinheiro de negros pobres para se sustentar”, diz reportagem do The New York Times.

Hora de agir

Para o Washington Post, o relatório do Departamento de Justiça apresentou uma mensagem clara aos gestores de Ferguson: “reestruturem os mecanismos para aplicação da lei e reconstruam as relações com a comunidade negra”. “Ferguson deve se movimentar rapidamente e publicamente para provar sua seriedade na reconquista da confiança pública”, defende o jornal.

Dias contados?

O procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, garantiu que o Departamento de Justiça utilizará sua autoridade para reformar o Departamento de Polícia de Ferguson. “Estamos preparados para utilizar todo o poder que temos para garantir que a situação mude ali”, disse o procurador-geral após a divulgação do relatório do Departamento de Justiça. Holder assinalou que as opções são amplas e vão “desde trabalhar com eles para formar uma estrutura completamente nova”. Perguntado pela imprensa se essas opções incluem desmantelar o Departamento de Polícia, Holder assegurou que, “se isso for necessário, estamos preparados para fazê-lo”.

93% das prisões

efetuadas em Ferguson entre 2012 e 2014 foram de afrodescendentes, que correspondem a 67% da população. Além disso, os negros são 85% das pessoas paradas em blitze de trânsito pela polícia.

Impunidade

Na terça-feira, o Departamento de Justiça americano decidiu não indiciar o policial Darren Wilson, de 29 anos, que matou o jovem negro Michael Brown em agosto de 2014, em Ferguson. O veredito do júri de Missouri, que liberou o policial em novembro, foi mantido. “Não há evidências que desmintam que o policial Wilson de fato acreditasse temer por sua segurança”, diz o relatório, feito pelo Departamento e pelo FBI.

A grande questão é se nós, como nação, vamos tentar preencher a lacuna de desconfiança que existe entre a polícia e aqueles que juram proteger.

Elijah E. Cummings, representante democrata de Maryland.

Nosso maior objetivo tem que ser evitar circunstâncias parecidas em qualquer outro lugar.

Barack Obama, sobre os crimes raciais em Ferguson.
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