No ano passado, o município de Ferguson, nos Estados Unidos, viveu dias de tensão depois que um policial branco foi acusado de matar um jovem negro. O episódio gerou uma onda de protestos. Na última semana, um relatório do Departamento de Justiça indicou que abusos, agressões, detenções injustificadas e cobranças de propina são constantes. “Ferguson, uma cidade de maioria negra em que grande parte dos oficiais são brancos, age menos como uma municipalidade e mais como uma empresa autossuficiente, que tira dinheiro de negros pobres para se sustentar”, diz reportagem do The New York Times.
Hora de agir
Para o Washington Post, o relatório do Departamento de Justiça apresentou uma mensagem clara aos gestores de Ferguson: “reestruturem os mecanismos para aplicação da lei e reconstruam as relações com a comunidade negra”. “Ferguson deve se movimentar rapidamente e publicamente para provar sua seriedade na reconquista da confiança pública”, defende o jornal.
Dias contados?
O procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, garantiu que o Departamento de Justiça utilizará sua autoridade para reformar o Departamento de Polícia de Ferguson. “Estamos preparados para utilizar todo o poder que temos para garantir que a situação mude ali”, disse o procurador-geral após a divulgação do relatório do Departamento de Justiça. Holder assinalou que as opções são amplas e vão “desde trabalhar com eles para formar uma estrutura completamente nova”. Perguntado pela imprensa se essas opções incluem desmantelar o Departamento de Polícia, Holder assegurou que, “se isso for necessário, estamos preparados para fazê-lo”.
93% das prisões
efetuadas em Ferguson entre 2012 e 2014 foram de afrodescendentes, que correspondem a 67% da população. Além disso, os negros são 85% das pessoas paradas em blitze de trânsito pela polícia.
Impunidade
Na terça-feira, o Departamento de Justiça americano decidiu não indiciar o policial Darren Wilson, de 29 anos, que matou o jovem negro Michael Brown em agosto de 2014, em Ferguson. O veredito do júri de Missouri, que liberou o policial em novembro, foi mantido. “Não há evidências que desmintam que o policial Wilson de fato acreditasse temer por sua segurança”, diz o relatório, feito pelo Departamento e pelo FBI.
A grande questão é se nós, como nação, vamos tentar preencher a lacuna de desconfiança que existe entre a polícia e aqueles que juram proteger.
Nosso maior objetivo tem que ser evitar circunstâncias parecidas em qualquer outro lugar.
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