A polícia britânica está investigando denúncias de que ao menos 169 de agentes estão envolvidos em casos de abusos sexuais. De acordo com dados obtidos pelo jornal "Guardian", membros de alto escalão das 43 divisões da força foram convocados em carácter emergencial para discutir as acusações, que envolvem desde voyeurismo até estupros. Os alvos das investidas são, em maioria, mulheres e jovens vítimas de crimes, de acordo com o diário.
Um dado preocupante, segundo o jornal, é que apenas 31 acusações - 18% do total - estão sendo supervisionadas pela Comissão de Reclamações da Polícia (IPCC, na sigla em inglês). O "Guardian" afirma que evidências mostram que as vítimas da má conduta são sempre indivíduos em uma situação vulnerável, como mulheres que denunciaram violência doméstica, estupros ou pessoas que são viciadas em drogas.
Das 43 divisões da força, a polícia metropolita de Londres, a Scotland Yard, foi a que mais registrou acusações. Um inquérito local foi instaurado com a ajuda da força de Nottinghamshire, que está atuando intensamente contra tal crime. Dos 169 agentes alvos de investigações, 42 são da Scotland Yard, detalha o "Guardian".
Debaleena Dasgupta, advogada que representa as vítimas, disse ao jornal que o fato dos criminosos serem policias deixa os denunciantes do abuso temerosos. Segundo ela, as investigações devem ser levadas a sério para que as vítimas criem confiança no sistema.
"Se uma mulher denuncia um estupro ou abuso sexual de um policial, a investigação não só tem que seguir com seriedade como tem que reforçar que as vítimas podem ter confiança no sistema", defendeu Debaleena ao "Guardian".
A detetive superintendente Jackie Alexander, chefe da unidade de padrão profissional de Nottinghamshire - onde 15 agentes são investigados - defendeu a política intensiva de sua unidade contra os abusos. Em sua divisão, até um vídeo criado disseminar o alerta aos policiais.
Em declaração ao diário, ela explicou que desvios de conduta acontecem em diversas profissões, mas defendeu que a polícia tem uma obrigação maior de combatê-los. "Se as pessoas não podem confiar na polícia, em quem vão confiar? Um caso já é muito e nós temos que mudar nossa atitude e estar atentos ao fato de que isso vai acontecer", afirmou ao jornal britânico.
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