Ao menos 37 jovens foram detidos e dois ficaram feridos depois que carabineiros (Polícia Militar chilena) despejaram um grupo de estudantes secundários acampados na margem do Rio Mapocho, que atravessa a capital chilena, Santiago. Cerca de 30 jovens se instalaram na manhã desta sexta-feira (28) com barracas na parte norte do rio, em frente à faculdade de direito da Universidade do Chile.
A polícia informou que as duas jovens feridas foram levadas para hospitais próximos. Um delas foi a estudante Javiera Sepúlveda, de 14 anos, que sofreu uma hemorragia após ser chutada por um policial, segundo informou sua mãe, Ruth Cabellos. A outra ferida foi Yanina Téllez, que recentemente tinha sido operada na coluna.
O porta-voz dos estudantes, Alfredo Vielma, criticou a ação policial, classificando-a de "ultrajante" e "violenta". Segundo ele, os jovens continuaram a ser espancados dentro dos carros policiais. "A operação policial desta vez foi totalmente desmedida. Vimos companheiros serem golpeados", disse Vielma.
Associações de jornalistas e de correspondentes internacionais denunciaram a severidade policial, que afetou inclusive membros da imprensa. De acordo com jornalistas presentes no momento da ação, os agentes arrastaram os estudantes que resistiam a abandonar o lugar.
O porta-voz oficial Andrés Chadwick disse que o governo não pode tolerar uma ação que colocava em risco os próprios jovens. Por sua vez, a governadora de Santiago, Cecilia Pérez, minimizou a atuação dos carabineiros. "Alguns jovens entraram no rio e, nesse sentido, o mais importante é zelar por sua segurança e os carabineiros atuaram segundo seus protocolos. Se alguém tem alguma queixa ou se sentiu que seus direitos foram violados, existem para isso os tribunais de justiça".
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