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A polícia cercou um mosteiro budista em uma área tibetana do sudoeste da China onde tensões desencadeadas pela autoimolação de um monge no mês passado culminaram em confrontos, disseram tibetanos exilados e ativistas nesta quinta-feira, citando fontes na região.

O enfrentamento levou o líder do governo tibetano no exílio no norte da Índia a afirmar que os monges do mosteiro de Kirti, o foco do conflito, podem estar correndo perigo.

Centenas de tibetanos no condado de Aba, na província de Sichuan, se reuniram no mosteiro de Kirti na terça-feira para tentar impedir as autoridades de retirar os monges para levá-los a uma "reeducação" ordenada pelo governo, disse a Campanha Internacional pelo Tibete em comunicado enviado por e-mail.

O fato levou policiais armados a cercar e fechar o mosteiro com até 2.500 monges em seu interior, disse a organização.

Um monge tibetano de 21 anos se matou, ateando fogo ao próprio corpo, em 16 de março em Aba, uma parte da província de Sichuan com população quase inteiramente tibetana que irrompeu há três anos em desafio ao controle do Partido Comunista chinês.

Seu ato ecoou protestos que dominaram áreas tibetanas da China em março de 2008, quando monges budistas e outros tibetanos leais ao exilado Dalai Lama, seu líder religioso tradicional, enfrentaram policiais e tropas em toda a região.

O Centro Tibetano de Direitos Humanos e Democracia disse que policiais começaram a abrir caminho à força no meio da multidão na terça-feira, espancando alguns manifestantes e atacando a multidão com cães policiais.

Policiais armados estavam patrulhando a área em volta do mosteiro, que foi parcialmente cercado por muros de cimento, criando receios de escassez de comida, disse em comunicado separado uma coalizão de organizações de defesa dos direitos dos tibetanos.

Líderes tibetanos no exílio exortaram outros governos na quinta-feira a denunciar a repressão e pediram que civis adiram aos protestos não violentos.

"Tememos que os monges possam ser submetidos a tratamento brutal em massa, mortos ou torturados," disse em comunicado à imprensa Samdhong Rinpoche, o primeiro-ministro do governo tibetano no exílio em Dharamsala, Índia.

"Estamos muito preocupados. Só podemos rezar e apelar para a comunidade internacional para que interceda junto à RPC (China) para não cometer esse genocídio. Sentimo-nos impotentes."

A China diz que o governo tibetano no exílio não tem legitimidade.

A China governa o Tibete desde que a região foi invadida por tropas comunistas, em 1950. O líder budista tradicional da região, o Dalai Lama, fugiu para o exílio no norte da Índia em 1959, depois de um levante fracassado contra o Partido Comunista.

Muitos tibetanos veneram o Dalai Lama, mas o governo chinês o acusa de fomentar a violência para buscar a independência do Tibete. O Dalai Lama já declarou que quer a autonomia do Tibete sob a soberania chinesa e que rejeita a violência.

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