A polícia do Chile expulsou ontem manifestantes estudantis de 21 escolas de Santiago que serão utilizadas como locais de votação na eleição primária do fim de semana, um dia depois de uma grande marcha na capital em prol de uma reforma educacional.
O poderoso movimento estudantil do país andino tem realizado grandes protestos exigindo educação gratuita e melhor no Chile, onde milhares de estudantes têm ocupado escolas e universidades de forma intermitente ao longo dos últimos dois anos.
"Nós restauramos a ordem", disse o ministro do Interior, Andrés Chadwick, em um discurso ontem pela televisão. "À medida que o diálogo não atingiu os resultados esperados, e dado que estamos a 72 horas do início da eleição primária, como governo tivemos a obrigação de evitar quaisquer perturbações", disse.
O ministro disse ainda que a maioria das expulsões na capital ocorreu de forma pacífica, apesar de 122 pessoas terem sido presas e de um policial ter ficado ferido.
Ontem, também houve confrontos entre jovens e a polícia durante manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas de Santiago e de Concepción, no sul do país. O motivo dos protestos são as melhorias na educação universitária, que paralisaram o país por dois meses em 2011.
"Eles continuam a procurar o confronto e não soluções profundas para o problema da educação", disse a ex-líder estudantil Camila Vallejo, que agora concorre a uma vaga no Congresso pelo Partido Comunista, que se aliou à ex-presidente socialista Michelle Bachelet.
A eleição primária vai definir os candidatos para a eleição presidencial de 17 de novembro, em que se elegerá o sucessor de Sebastián Piñera. Bachelet é a favorita. O governo ainda não escolheu seu candidato.
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