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Historiadora cubana Alina Bárbara López foi uma das intelectuais detidas, ao protestar contra a prisão do escritor e jornalista Jorge Fernández Era.
Historiadora cubana Alina Bárbara López foi uma das intelectuais detidas, ao protestar contra a prisão do escritor e jornalista Jorge Fernández Era.| Foto: Ernesto Mastrascusa/EFE

Dois intelectuais de Cuba, críticos do governo, foram temporariamente detidos pela polícia cubana por razões aparentemente relacionadas com a liberdade de expressão e manifestação, confirmou à Agência EFE nesta sexta-feira (7) uma fonte próxima a ambos.

Os detidos são o escritor e jornalista Jorge Fernández Era e a historiadora Alina Bárbara López Hernández. Os dois estariam ligados à La Joven Cuba, uma plataforma de intelectuais que critica o sistema socialista do país sem pertencerem à oposição.

Em editorial, a plataforma afirmou que as "detenções arbitrárias" de ambos "representam uma violação dos direitos fundamentais consagrados na Constituição" de 2019, além de demonstrarem "a falta de vontade governamental de enveredar por um caminho cívico de diálogo com os seus cidadãos".

Como de costume, o Ministério do Interior de Cuba não comentou o assunto e não houve qualquer cobertura dos fatos pela imprensa oficial.

Fernández Era teria sido levado para a delegacia na tarde de quinta-feira (6), aparentemente porque não tinha comparecido a uma convocação anterior proposta pela Segurança do Estado em relação a publicações satíricas na plataforma La Joven Cuba e em redes sociais.

O escritor preferiu não fez declarações à imprensa internacional até o momento devido a uma "medida cautelar". O autor, que recebeu prêmios literários e jornalísticos em Cuba, publicou durante décadas na imprensa oficial do país.

Ao saber da prisão de Fernández Era, López Hernández decidiu ir a um parque na cidade de Matanzas para protestar pacificamente. Lá, de acordo com relato em suas em redes sociais, ela mostrou um cartaz improvisado.

Segundo a historiadora, três agentes de segurança do Estado tentaram forçá-la a entrar em um veículo, o que ela descreveu como uma "tentativa de sequestro", que foi frustrada. Ela teria sido então levada pela polícia cubana para uma delegacia, onde foi interrogada e posteriormente libertada com um "aviso".

López Hernández, membro da Academia Cubana de História, defendeu que a Constituição de 2019 contempla o direito à manifestação pacífica e à liberdade de expressão, mas recordou que a evolução jurídica destes direitos ainda não foi aprovada.

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