A queda de um drone a cerca de 30 metros da Embaixada de Israel na Argentina, nesta quinta-feira (21), desencadeou uma grande operação policial em uma das avenidas do centro de Buenos Aires, embora o governo do país sul-americano tenha descartado que se tratasse de um ataque.
“Um drone caiu perto da Embaixada israelense. Eu estava presente para analisar a situação, me reunir com o embaixador (israelense) (Eyal) Sela e supervisionar as medidas necessárias”, escreveu na rede social X a ministra da Segurança, Patricia Bullrich.
“Estamos tranquilizando a população: foi confirmado que não foi um ataque, mas a imprudência de um usuário particular. A investigação continua para esclarecer o que aconteceu”, acrescentou.
Fontes da Polícia disseram à Agência EFE no local do incidente que o drone, de uso doméstico, voava perto da legação diplomática israelense quando inesperadamente parou de funcionar, caiu no meio da Avenida de Mayo e pegou fogo.
Em pouco tempo, a Polícia Federal Argentina (PFA), junto com membros da Polícia da Cidade de Buenos Aires, fechou o tráfego e protegeu o local, enquanto esquadrões antibombas e uma equipe de investigadores foram enviados.
O governo do presidente Javier Milei reforçou protocolos de segurança neste ano, especialmente em alvos potenciais ligados a Israel e à comunidade judaica, devido, sobretudo, à escalada da tensão no Oriente Médio.
O alinhamento incondicional de Milei com Israel e os Estados Unidos na política internacional e seu firme apoio ao governo do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, nas operações na Faixa de Gaza e Líbano também geraram preocupação em alguns setores sobre possíveis represálias contra a Argentina.
Episódios como o desta quinta-feira são particularmente sensíveis na Argentina, que sofreu um ataque à Embaixada israelense em Buenos Aires em 1992, com saldo de 22 mortos e 242 feridos, e outro em 1994 contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), no qual 85 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas.
O grupo terrorista libanês Hezbollah, aliado do Irã, foi acusado em várias investigações de ser responsável por ambos os ataques, embora os casos ainda estejam abertos na Justiça argentina, que também expediu mandados de prisão de pessoas ligadas ao regime iraniano pelo ataque à Amia.
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