A polícia colombiana prendeu nesta quarta-feira (15) Daniel Rendón Herrera, conhecido como "Don Mario", um dos traficantes de drogas mais temidos e procurados do país, acusado pelo envio de grandes carregamentos de cocaína aos Estados Unidos e por outras dezenas de crimes, informou o governo.
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, comemorou no Brasil a captura do criminoso, por quem o governo oferecia uma recompensa de dois milhões de dólares, numa nova vitória do mandatário na luta contra o narcotráfico e o crime organizado.
"Um dos chefes paramilitares reincidentes, um dos narcotraficantes e criminosos mais temidos do mundo foi capturado na selva colombiana, depois de longos meses de paciente perseguição", disse o mandatário.
A detenção ocorreu no departamento de Antioquia, no noroeste do país, onde o traficante permanecia escondido e protegido por cerca de 50 homens armados, revelou uma fonte policial.
As autoridades acusaram-no em janeiro de oferecer mil dólares para cada policial que fosse assassinado, como parte de uma estratégia para frear as operações que buscavam sua captura e conter a produção de cocaína numa ampla região do noroeste do país.
"Don Mario" integrou os esquadrões paramilitares de extrema direita que se desmobilizaram e entregaram as armas numa negociação de paz com o governo de Uribe, mas se afastou do processo e desapareceu na clandestinidade protegido por um grupo ilegal armado.
O capturado é irmão de Freddy Rendón Herrera, conhecido como "Alemão", um antigo chefe paramilitar que permanece encarcerado em cumprimento do acordo de paz com o governo.
Em um vídeo confiscado no ano passado pela polícia, que estava destinado a meios de comunicação, "Don Mario" se definiu como um "desplazado" (deslocado) pela violência da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a quem não restou opção a não ser ingressar nos esquadrões paramilitares para se defender.
As autoridades norte-americanas haviam manifestado anteriormente à Colômbia seu interesse em levar o Don Mario a seus tribunais para ser processado por narcotráfico.
Rendón Herrera estava à frente de um exército irregular formado por centenas de homens, em sua maioria desmobilizados dos esquadrões paramilitares, e mantinha uma guerra com outros narcotraficantes pelo controle de zonas produtoras de cocaína e rotas, em meio à qual morreram dezenas de pessoas, de acordo com fontes de segurança.
A operação que permitiu a captura de "Don Mario" foi conduzida pelo diretor da Polícia Nacional, general Oscar Naranjo.
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