A Polícia Nacional da Espanha desmantelou uma organização criminosa com base nas regiões das Astúrias e da Galiza (norte) que se dedicava ao recrutamento de mulheres de origem brasileira por meio de fraude para explorá-las sexualmente, em uma operação que permitiu a libertação de seis vítimas e a detenção de duas pessoas.
Os membros da organização enganavam as vítimas com falsas promessas de trabalho, mas, uma vez na Espanha, cobravam uma dívida de 10.000 euros (cerca de R$ 53,5 mil) que depois era aumentada exponencialmente pela imposição de “multas” relacionadas com manutenção, alojamento ou não cumprimento de regras, informou nesta quinta-feira (21) a corporação policial espanhola.
Os exploradores impunham controle absoluto sobre as vítimas, das quais retiravam seus telefones e documentos e as trancavam em casas usadas como bordéis sob ameaças e violência, ao mesmo tempo que lhes forneciam substâncias entorpecentes para oferecer aos clientes.
Além disso, as vítimas eram transferidas de um local para outro com a intenção de rodá-las em diferentes cidades como Ourense, Vigo e A Coruña (todas na Galiza). Uma vez que a organização considerava que as vítimas tinham quitado sua dívida, os criminosos as expulsavam do bordel em que se encontravam e as deixavam à própria sorte em território espanhol.
A operação, realizada em conjunto com a Polícia Federal brasileira, começou na sequência de uma denúncia no país, que informou às autoridades que mulheres brasileiras estavam sendo vítimas de tráfico sexual na Espanha. A operação policial permitiu a libertação de cinco vítimas em diferentes pontos da Espanha e uma no Brasil.
Os dois detidos, presos em Oviedo (Astúrias), são acusados dos crimes de tráfico humano para fins de exploração sexual, relacionados com a prostituição, contra a saúde pública, ameaças graves, lavagem de capitais, contra os direitos dos cidadãos estrangeiros, falsificação de documentos e participação em organização criminosa.
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