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A polícia antiterrorista da Indonésia prendeu nesta segunda-feira (9), na ilha de Java, o clérigo radical muçulmano indonésio Abu Bakar Bashir por suspita de ligação com campos de treinamentos de terroristas islâmicos. Bashir é considerado como um dos líderes espirituais do movimento islâmico radical na Indonésia.

A detenção acontece depois de recentes ações da polícia para combater uma relativa nova rede que planejava atacar o presidente Susilo Bambang Yudhoyono e outros oficiais de estado.

Ansyaad Mbai, o chefe da ala antiterror do governo, disse que a polícia tem fortes evidências de que Bashir tinha ligação com grupos que planejaram o ataque, que aconteceria em uma cerimônia do dia da independência em 17 de agosto.

No final de semana, a polícia também prendeu três membros do movimento islâmico da Indonésia em uma operação em uma casa em Cibiru, em Java. A polícia encontrou bombas, substâncias químicas e munição em duas operações nas cidades de Cibiru e Subang, também em Java.

Comunidade Islâmica

Em 1993, Bashir foi o fundador, junto com o compatriota Abdulah Sungkar, da Jemaah Islamiyah ("Comunidade Islâmica"), que se propôs a instaurar um Estado islâmico que englobe Malásia, Indonésia, Cingapura, o sultanato de Brunei, o sul das Filipinas e o sul da Tailândia.

Todos os indícios apontam que Bashir se tornou o "emir" (chefe) após a morte de Sungkar em 1999. Os serviços de inteligência o consideram o líder espiritual do grupo.

A Jemaah Islamiyah, suspeita por cometer atentados na Indonésia, é uma rede terrorista regional acusada de manter vínculos com a al-Qaeda e que pretende instaurar um Estado islâmico em boa parte do sudeste asiático.

Vários atentados sangrentos cometidos na Indonésia durante os últimos anos foram atribuídos à Jemaah Islamiyah, entre eles o cometido em Bali no dia 12 de outubro de 2002, no qual morreram 202 pessoas, incluindo 88 australianos.

A autoria dos ataques contra o hotel Marriott de Jacarta, que matou 12 pessoas em 5 de agosto de 2003, e contra a embaixada da Austrália, que resultou em 12 mortes em 9 de setembro de 2004, também foi atribuída a supostos ativistas muçulmanos membros da Jemaah Islamiyah.

Bashir foi absolvido pela justiça indonésia da acusação de dirigir a Jemaah Islamiyah, mas foi condenado a dois anos e meio de prisão por seu papel nos atentados de Bali. Ele foi solto em 2006.

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