A polícia da Irlanda do Norte promove nesta segunda-feira (9) uma caçada a integrantes da facção dissidente do Exército Republicano Irlandês (IRA) que teria assumido a autoria do assassinato de dois soldados britânicos no pior atentado na região em mais de uma década. Os agressores atiraram nos soldados quando eles apanhavam pizzas nos portões de uma base militar em Antrim, nos arredores de Belfast, na noite de sábado. Os mortos foram identificados nesta segunda como Mark Quinsey, de 23 anos, e Cengiz "Patrick" Azimka, de 21.
Os dois soldados viajariam para servir no Afeganistão na noite do ataque, segundo o jornal britânico "Times". Além deles, quatro pessoas, incluindo dois entregadores, ficaram feridas. Segundo a polícia, um dos entregadores, de nacionalidade polonesa, sofreu ferimentos graves.
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, que está visitando a Irlanda do Norte nesta segunda, esteve no quartel de Massereene, onde aconteceu o ataque, e se encontrou com líderes dos principais partidos irlandeses. O premier disse que não vai permitir que o ataque atrapalhe anos de progresso na Irlanda do Norte, onde um acordo de paz firmado em 1998 pôs fim a 30 anos de conflito civil.
IRA Autêntico é autor de um dos piores ataques na Irlanda do Norte
Um telefonema anônimo ao jornal "Sunday Tribune", de Dublin, atribuiu a responsabilidade pelo ataque à brigada do sul de Antrim do IRA Autêntico, uma dissidência do IRA. A facção foi responsável por um dos piores ataques a bomba na Irlanda do Norte na cidade de Omagh, em agosto de 1998, quando 29 pessoas morreram.
"Ele disse que ele e que o IRA Autêntico não se desculpavam por alvejar soldados britânicos enquanto eles estiverem (...) ocupando o norte da Irlanda", disse Suzanne Breen, jornalista do "Sunday Tribune", à rede de TV Sky News.
Há atualmente cerca de 5.000 solados britânicos com base na Irlanda do Norte atualmente, prontos para embarcar para missões no exterior ou para ajudar a polícia em casos de desordem extrema, assim como no resto do Reino Unido. As tropas já chegaram a um máximo de 27 mil no início dos anos 1970, quando soldados patrulhavam as ruas de cidades como Belfast.