Bandeira da Itália hasteada em frente ao Monumento Nacional Victor Emmanuel II, também conhecido como monumento nacional ‘Altare della Patria’ (Altar da Pátria) na Piazza Venezia, em Roma| Foto: EFE/EPA/GIUSEPPE LAMI
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A polícia da Itália desarticulou uma rede internacional que obtinha ilegalmente a cidadania italiana para pessoas procedentes do Brasil, com métodos como a falsificação de documentos e em troca do pagamento de avultadas somas de dinheiro, segundo informaram nesta segunda-feira (1º) as autoridades.

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Agentes da Polícia Estadual de Frosinone, na região central do Lácio, denunciaram ao Ministério Público um funcionário do Registro Civil local e proprietário de uma agência de intermediação internacional, a quem acusa de “cumplicidade na permanência clandestina na Itália de numerosos cidadãos brasileiros”.

Além disso, é acusado dos crimes de violação da lei de concessão da cidadania italiana, de falsidade ideológica em documentos públicos, de omissão de documentos oficiais, de prática de atos contrários às suas obrigações como funcionário, de abuso de poder e de falta de cobrança de taxas consulares no valor mínimo de 51 mil euros (cerca de R$ 305 mil).

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A rede, existente desde 2017, beneficiou 179 cidadãos estrangeiros, informou a polícia em comunicado.

Tratava-se de “um verdadeiro sistema destinado a incentivar a permanência ilegal em território italiano de cidadãos de nacionalidade estrangeira” através da obtenção de documentos “em um espaço de tempo muito curto” e “quase na ausência das certificações obrigatórias e dos controles documentais necessários”, detalhou o comunicado.

Este esquema, segundo a investigação, fez com que os beneficiários obtivessem “o reconhecimento da cidadania italiana ‘jure sanguinis'” após “o pagamento prévio de avultadas somas em dinheiro”.

A rede desmantelada está ligada a uma organização que atua internacionalmente, entre Brasil, Alemanha e Itália, e conseguiu obter “benefícios significativos” com as suas operações.

Segundo a polícia italiana, a organização ganhou uma quantia ilícita superior a 700 mil euros (cerca de R$ 4,2 milhões) em apenas três anos.

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A operação policial começou após uma denúncia inicial da embaixada de Itália no Reino Unido e a investigação incluiu “longas tarefas de observação e acompanhamento, depoimentos de numerosas testemunhas e análise aprofundada dos documentos apreendidos”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]