A polícia de Hong Kong realizou uma operação na madrugada para remover as barricadas e outros obstáculos erguidos pelos manifestantes pró-democracia ao redor da movimentada área de Mong Kok, agindo enquanto vários manifestantes ainda estavam dormindo.
A operação desta sexta-feira (no horário local) ocorreu do lado oposto ao porto -que é o lugar da manifestação principal- e próximo do gabinete do líder de Hong Kong.
A polícia enfrentou pouca resistência, ao contrário dos últimos dias, em que violentos confrontos aconteceram em outras regiões com protestos.
Os manifestantes, que ocupam partes da cidade há três semanas, têm exigido democracia plena para a antiga colônia britânica e querem a renúncia do chefe-executivo da cidade, Leung Chun-ying.
Leung tentou nesta quinta-feira (16) reduzir as tensões com os manifestantes, dizendo que ele espera que os dois lados pudessem conversar na próxima semana.
O principal grêmio estudantil de Hong Kong acolheu a oferta com prudência: "vamos ver como reagem as pessoas aqui", declarou Lester Shum, subsecretário-geral da Federação de Estudantes de Hong Kong (HKFS).
"Estou tão furioso. O governo disse que iria conversar com os estudantes sobre essas questões, então, vem e desmonta a nossa base. Isso não é o jeito certo de fazer as coisas," disse Cony Cheung, 21, uma vendedora de produtos para a pele.
Um grande número de viaturas policiais estava bloqueando o acesso para a área de protesto em Mong Kok, tentando impedir outros manifestantes de entrar.
Nenhuma prisão foi feita, de acordo com o superintendente chefe no comando da operação. Cerca de 800 policiais estavam envolvidos na ação, acrescentou.
Alguns manifestantes estavam empacotando as suas coisas e se dirigindo para a principal área de protestos no bairro Admiralty.
A ação surpresa acontece dias depois que centenas de policiais usaram marretas e serras elétricas para derrubar as barricadas erguidas pelos manifestantes para abrir uma avenida importante.
Em agosto, Pequim disse ao povo de Hong Kong que eles poderiam votar para ter o seu próprio líder em 2017, mas restringiu os candidatos aos que são a favor da China.
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