Londres (AG) – As autoridades britânicas já não têm muitas dúvidas de que quatro cidadãos simples de seu país foram responsáveis pelo maior atentado à capital do Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial. A polícia revelou os nomes de três dos quatro suspeitos de envolvimento nos ataques de 7 de julho (veja ao lado) e, além da suspeita de atos suicidas, deixou chocado o norte do país, especialmente a comunidade de Leeds, onde viviam os jovens, todos de origem paquistanesa.

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A mídia britânica informou ontem à tarde que as autoridades já sabiam a identidade do quarto integrante do grupo e que não teriam encontrado sinais de detonadores automáticos nos destroços dos três trens do metrô e do ônibus atingidos pelas explosões, reforçando a tese de que o grupo de Leeds protagonizou o primeiro atentado suicida da Europa ocidental. Em Madri, alvo de ataques em março de 2004, em vez de homens-bomba, foram empregados detonadores acionáveis à distância. Os homens-bomba são tipicamente usados nos atos terroristas cometidos contra Israel. A polícia londrina procurava ainda ontem um quinto homem, que seria o mentor do grupo.

Todos os suspeitos identificados foram descritos pelos vizinhos e parentes como pessoas comuns. Shahzad Tanwwer era um esportista e Mohammed Sadique Khan trabalhava com crianças portadoras de deficiência. De Hassib Mir Hussain, sabe-se que era um adolescente rebelde que os pais, paquistaneses, tentavam controlar com ensinamentos religiosos.

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Segundo as autoridades de segurança, os três não tinham antecedentes criminais, mas as investigações revelaram a tendência ao fanatismo religioso. Tanweer nos últimos seis meses estudara religião no Paquistão e visitara o Afeganistão, países que a inteligência do Reino Unido e dos EUA acredita já terem abrigado campos de treinamento da rede Al Qaeda, do saudita Osama bin Laden. Embora tenha encontrado uma fábrica artesanal de bombas durante as batidas policiais de terça-feira em Leeds, a polícia acredita que os quatro terroristas foram orientados por algum colega mais experiente, que apenas teria supervisionado os ataques a Londres.

Ontem o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, deixou de lado o tom conciliatório de suas declarações e cobrou da comunidade muçulmana esforços para o combate ao extremismo. "A voz moderada e real do islamismo precisa ser mobilizada", afirmou.