Pelo menos 475 pessoas foram detidas nesta quinta-feira (29) no Chile. Grupos de estudantes entraram em confronto com a polícia no centro de Santiago, depois de saírem às ruas em homenagem ao "Dia do jovem combatente."
A data lembra a morte dos irmãos e militantes de um grupo guerrilheiro, Eduardo e Rafael Vergara Toledo, assassinados por agentes policiais em 1985, durante a ditadura de Augusto Pinochet.
Os estudantes aproveitaram a ocasião para protestar pela demora nas mudanças na educação e por problemas em um novo sistema de transportes na capital. Porém, o protesto acabou em pancadaria. Eles atiraram pedras, paus e bombas Molotov nos policiais, que os reprimiram com o lançamento de água e gases lacrimogêneos.
"Durante a jornada de hoje, tivemos no país o número total de 475 detidos", disse o subsecretário do Interior, Felipe Harboe.
Os protestos prosseguiam durante a noite nos bairros populares de Villa Francia, no oeste de Santiago, e no distrito de Renca, ao norte da capital, onde um policial foi ferido ao tentar evitar o saque de um supermercado.
A imprensa local informou que cerca de 100 policiais sofreram ferimentos durante os distúrbios. Nos bairros de Lo Hermida, no oeste, e La Pincoya, norte, os manifestantes levantaram barricadas e enfrentaram a polícia com armas de fogo.
Os distúrbios no centro de Santiago se concentraram a poucas quadras do palácio presidencial de La Moneda, onde 300 estudantes se reuniram para tentar marchar até o ministério da Educação.
Os policiais impediram a passagem da coluna de estudantes, que se dispersaram e começaram a jogar pedras e garrafas. A polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água.
Outros confrontos foram registrados na entrada da Universidade Tecnológica Metropolitana, sul da capital, onde manifestantes encapuzados lançaram coquetéis molotov.
A polícia de Santiago estava de prontidão desde a madrugada desta quinta-feira, quando as universidades estatais fecharam seus acessos para evitar que os campi fossem utilizados como base dos confrontos.
A força policial mobilizou cerca de 4 mil agentes e estacionou uma dezena de blindados nos pontos principais de Santiago, como Villa Francia e Lo Hermida.
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