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Policiais levam manifestante detido após resistir a desocupação | Bobby Yip/Reuters
Policiais levam manifestante detido após resistir a desocupação| Foto: Bobby Yip/Reuters

Uma tentativa das autoridades de Hong Kong de desmantelar um acampamento de protesto que já dura dois meses, no distrito de Mong Kok, se transformou numa situação caótica nesta terça-feira (25). Outras centenas de manifestantes se dirigiram ao local, onde já ocorreram violentos confrontos com a polícia.

No total, 80 pessoas foram detidas, informou a polícia. Vinte e três foram levadas pelos policiais por desrespeito a uma ordem judicial ou por resistência, depois de a polícia tê-los advertido a não interferir nas ações de trabalhadores e oficiais de justiça que cumpriam uma ordem judicial para desobstruir parte da área de protesto, num dos três locais da cidade ocupado por ativistas.

Trabalhadores usando em capacetes e luvas, com o apoio de oficiais de justiça e da polícia, passaram a maior parte do dia limpando a área das barricadas, barracas e outros escombros de um trecho de 50 metros da Argyle Street, cobertos pela ordem judicial, concedida a uma empresa de micro-ônibus que reclamou que seus veículos foram danificados.

O deputado pró-democracia Leung Kwok-hung estava entre os levados pela polícia. À noite, o tráfego fluia novamente pela rua pela primeira vez em dois meses, mas as tensões se elevaram quando manifestantes entraram em confronto com a polícia em ruas próximas. Os policiais usaram spray de pimenta para expulsá-los da área.

Outras 57 pessoas foram detidas por reunião ilegal, ataque ou obstrução de autoridades, diz um comunicado da polícia.

As cenas caóticas que ainda eram vistas durante a noite destacam o desafio que as autoridades de Hong Kong enfrentam ao tentar fechar os locais de protesto em Mong Kok, onde os manifestantes são mais indisciplinados e agressivos do que no principal local de manifestação, perto da sede do governo. Nesse local, na semana passada, os manifestantes mostraram pouca resistência a uma outra ordem judicial que ordenou a remoção de uma parte das barricadas.

O governo advertiu que na quarta-feira a polícia vai ajudar a cumprir uma segunda ordem judicial, concedida desta vez a taxistas e que abrange o restante de Mong Kok, elevando as perspectivas de mais confrontos violentos.

"Amanhã será o evento principal", disse o deputado Albert Chan do radical Partido do Poder Popular. "Haverá mais pessoas se juntando à resistência."

Os manifestantes estão acampados nas principais vias da cidade desde 28 de setembro, exigindo mais democracia na cidade chinesa semiautônoma. O impasse continua, sem um final à vista, já que nem o governo nem os manifestantes demonstram disposição para um acordo.

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