A polícia de Hong Kong retirou ativistas de um dos principais locais de manifestação na cidade nesta quarta-feira (26). Foram presos Joshua Wong e Lester Shum, dois líderes do movimento estudantil que estão à frente dos protestos pró-democracia que têm abalado o centro financeiro asiático.
Wong, que figurou na capa da revista "Time" no início das manifestações, é o líder do movimento estudantil Scholarism, que reúne alunos do ensino médio. Shum, por sua vez, é um dos secretários da Federação dos Estudantes de Hong Kong, organização que liderou as conversas com o governo durante os protestos.
Houve confrontos quando a tropa de choque avançou contra centenas de manifestantes na Nathan Road, no bairro de Mongkok, após conflitos durante a madrugada, disseram testemunhas. Segundo a Cable TV, havia 4.000 policiais envolvidos na ação. Os agentes prenderam mais de 100 pessoas por acusações que incluem formação de quadrilha, agressão a um oficial, posse de armas e obstrução das autoridades, durante os intensos enfrentamentos que se prolongaram até depois das 3h da madrugada desta quarta (17h de terça-feira em Brasília), informaram fontes policiais em um comunicado.
Após cerca de três horas, a desobstrução foi concluída e o tráfego passou a fluir normalmente na área onde manifestantes estavam acampados desde setembro em protesto por uma eleição democrática na ex-colônia britânica, sob controle da China desde 1997.
Mongkok era um ponto principal de confrontos entre estudantes e a polícia que tentava romper os protestos, que representam um dos maiores desafios para os líderes do Partido Comunista da China desde a repressão às manifestações pró-democracia lideradas por estudantes em Pequim em 1989.
"Não é o fim", disse Helen Lau, uma jovem ativista com uma fita amarela de couro em volta do pescoço, que estava gritando contra a polícia e exigindo entrar na área liberada. "Nós ainda temos um plano B; ou ocupar outros lugares ou intensificar nossas ações."
Manifestantes ainda ocupam partes de ruas, bloqueando o trânsito, no distrito de Admiralty, próximo a prédios do governo, e em Causeway Bay, uma das principais áreas de compras da cidade. Não ficou claro se a polícia vai tentar desobstruir também esses locais. Na terça (25), a polícia já havia prendido 80 manifestantes em confrontos após a retirada de barricadas de uma parte de uma rua em Mongkok.
Mais de 100 mil pessoas chegaram a ir às ruas no pico das manifestações em Hong Kong, mas esse número caiu para algumas centenas mais recentemente. Em agosto, Pequim ofereceu ao povo de Hong Kong a chance de votar em seu próprio líder em 2017, mas disse que apenas dois ou três candidatos poderiam concorrer depois de obterem aprovação de um comitê com 1.200 pessoas, formado principalmente por apoiadores do regime de Pequim. Os manifestantes exigem que os candidatos sejam livres para disputar as eleições.
O que Bolsonaro e a direita podem aprender com a vitória de Trump nos EUA
Perda de contato com a classe trabalhadora arruína democratas e acende alerta para petistas
O aumento dos juros e a chiadeira da esquerda; ouça o podcast
BC dá “puxão de orelha” no governo Lula e cobra compromisso com ajuste fiscal
Deixe sua opinião