A polícia russa deteve pelo menos 100 pessoas nos protestos que exigiam a renúncia de Vladimir Putin após a eleição presidencial que, segundo manifestantes e monitores internacionais, foi injustamente manipulada em seu favor.
Putin disse que venceu um pleito justo e aberto, mas milhares de manifestantes cantaram "Rússia sem Putin" na Praça Pushkin, em Moscou, local de protestos de dissidentes durante a Era Soviética.
"Não vamos viver num país que faz um show cínico de uma eleição", disse à Reuters o ativista veterano de direitos humanos Sergei Kovalyov, que estava na praça.
"A eleição deles é uma farsa", disse um líder da oposição, Vladimir Ryzhkov, aos manifestantes. "As autoridades não são legítimas."
Não foram registradas detenções na praça Pushkin, onde grupos opositores foram autorizados a fazer a manifestação. A polícia informou que cerca de 14 mil pessoas protestavam, mas Ryzhkov chegou a dizer que havia no mínimo 20 mil.
No entanto, a polícia afirmou que deteve 50 pessoas num protesto não autorizado na praça Lubyanka, também em Moscou, sede da antiga KGB e do Serviço Federal de Segurança da Rússia.
Um repórter da Reuters viu policiais maltratando manifestantes enquanto os tiravam da praça. Outra testemunha da Reuters viu pelo menos 50 ativistas sendo presos em São Petersburgo, no norte do país, num protesto não permitido.
Os seguidores de Putin se reuniram perto do Kremlin, acenando bandeiras impressas com as palavras "Putin é o nosso presidente".
Os resultados oficiais mostram que Putin venceu com 63,6% dos votos no domingo, mas monitores eleitorais internacionais disseram que o pleito foi injustamente manipulado em seu favor.