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Grã-bretanha

Polícia detém suspeito de carta-bomba

A polícia britânica disse nesta sexta-feira ter prendido um homem que alega ter enviado uma das sete carta-bomba enviadas em série, nas últimas semanas, a diversas empresas do país. O suspeito, de 48 anos, foi preso na quinta-feira após telefonar para uma emissora de rádio assumindo a autoria de uma carta-bomba que chegara à empresa Vantis, em Wokingham, no Sul da Inglaterra, na terça-feira.

- Apesar desse fato significativo, ainda há uma grande investigação policial em várias áreas de atuação. O foco da minha investigação continua amplo - disse Anton Setchell, coordernador nacional da polícia para o extremismo doméstico.

Apesar de acreditar que o objetivo das bombas era chocar, e não matar - as explosões não fizeram nenhuma vítima fatal, nem deixaram feridos graves -, Anton Setchell pediu às pessoas que permaneçam atentas a pacotes suspeitos. Na última explosão da série, ocorrida na quarta-feira, seis pessoas ficaram feridas em Swansea, no sul do País de Gales.

Segundo a polícia, pelo menos três alvos estavam ligados a autoridades do trânsito o que levou a imprensa a especular que o autor seja um motorista insatisfeito. No entanto, uma das cartas-bomba enviadas em janeiro continha o nome de um ativista dos direitos dos animais que está preso.

- Continuo investigando as pistas que apontem para o extremismo ligado aos direitos dos animais, mas também estou focando várias outras áreas - disse.

O coordenador policial disse que pesquisas especializadas estavam fazendo buscas em dois endereços no sul da Inglaterra ligados ao suspeito preso.

- As buscas visam a investigá-lo e esclarecer suas alegações ou a eliminá-lo da investigação - disse ele.

Segundo Setchell, a polícia recebeu vários alarmes falsos de empresas preocupadas com possíveis cartas-bomba. Ele divulgou duas fotos editadas, uma de uma carta-bomba entes de explodir e a segunda mostrando o que restou do envelope depois da explosão.

A Scotland Yard está tratando o caso como uma de suas prioridades. Agentes ainda não têm pistas substanciais e não conseguiram provas para ligar os episódios. A possibilidade de ataque terrorista não está afastada.

- Naturalmente, estes incidentes são preocupantes. É importante que permitamos que a polícia prossiga com as investigações sem exagerarmos em especulações - disse o secretário do Interior britânico, John Reid.

O jornal londrino "Daily Mail" afirmou, citando policiais, que os ataques podem ter sido perpetrados por um "motorista militante". Capitão Gatso, como é conhecido um militante contra as câmeras que flagram o excesso de velocidade no país, disse que sua organização, a Motoristas contra a Detecção, não está envolvida no caso.

O Exército Republicano Irlandês (IRA) foi o pioneiro no uso de cartas-bomba como tática terrorista no começo dos anos 70, como parte de sua campanha para separar a Irlanda do Norte da Grã-Bretanha. O grupo rebelde costumava atacar escritórios do governo.

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