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Protesto na cidade de Homs, 160 km ao norte de Damasco, para exigir a saída do presidente Bashar Assad | AFP
Protesto na cidade de Homs, 160 km ao norte de Damasco, para exigir a saída do presidente Bashar Assad| Foto: AFP

Negociação

Insurgentes admitem permanência de Kadafi

A oposição líbia se mostra aberta à ideia de que o coronel Muamar Kadafi permaneça no país se aceitar deixar o poder, ao mesmo tempo em que a inteligência norte-americana considera que o ditador não se sente mais seguro em Trípoli.

Os insurgentes líbios tiveram contatos indiretos com representantes das autoridades de Trípoli e mencionaram a possibilidade de Kadafi permanecer na Líbia caso deixe o poder, afirmou Mahmud Shammam, porta-voz do Conselho Nacional de Transição (CNT, braço político da rebelião).

Ao ser questionado sobre a existência de contatos entre os insurgentes e o regime líbio em uma entrevista ao jornal francês Le Figaro, Shammam respondeu: "Sim, estão acontecendo contatos por meio de intermediários. Mas estas negociações jamais são diretas. Às vezes acontecem na África do Sul, às vezes em Paris, para onde Kadhafi recentemente enviou um representante para conversar conosco".

"Nós falamos com eles sobre os mecanismos da saída de Kadafi", acrescentou o porta-voz do CNT, reiterando que a participação do ditador e de membros de sua família em um futuro governo está "totalmente excluída".

O Wall Street Journal informa nesta sexta-feira que Kadafi está examinando seriamente a possibilidade de deixar a capital Trípoli, após uma série de ataques aéreos da Otan. A informação do serviço de inteligência dos Estados Unidos destaca que o homem forte da Líbia não se sente seguro na capital, de onde governa o país há mais de quatro décadas.

AFP

  • Avenida de Misrata, a terceira maior cidade da Líbia e sob o controle dos rebeldes, mostra um cenário de guerra. Combates entre insurgentes e forças de Kadafi destruíram ruas e residências

Forças de segurança da Síria abriram fogo ontem contra milhares de manifestantes contrários ao governo que tomaram as ruas em diversas cidades do país, num ritual semanal de desafio ao presidente Bashar Assad, para exigir sua saída do poder. Ativistas afirmam que pelo menos 15 pessoas foram mortas na repressão aos protestos de ontem.

Cinco vítimas estavam em Barzeh, um distrito de Damasco situado a cinco quilômetros do centro da capital, informou o ativista de direitos humanos Mustafa Osso. Segundo ele, todas as vítimas foram alvo de armas das forças de segurança. A televisão estatal, por sua vez, reporta que homens armados não identificados abriram fogo contra as forças de segurança e os civis, matando três civis e ferindo vários agentes.

Mais cinco mortes aconteceram em al-Kasweh, outro subúrbio de Damasco, quatro em Homs e uma em Hama, duas cidades da região central do país, disse Omar Idilbi, integrante dos Comitês de Coordenação Locais, que acompanham os protestos sírios. Manifestantes de várias outras províncias também foram alvo de disparos, mas ainda não havia informações sobre vítimas até ontem à noite, informou Idilbi.

Segundo o comitê, dentre os mortos há um menino de 12 anos, Rateb al-Orabi, baleado quando forças de segurança dispararam contra manifestantes no bairro de Shammas, em Homs, e um menino de 13 anos em al-Kasweh.

Milhares de pessoas foram para as ruas em Amouda e em Qamishli, no nordeste do país, e em outras províncias, informou o ativista de direitos humanos Mustafa Osso. Há relatos de forte presença militar em várias localidades.

A repressão militar não conseguiu silenciar um movimento pró-democracia iniciado há mais de três meses. Os protestos, que acontecem a cada sexta-feira após as orações muçulmanas, ocorrem enquanto refugiados sírios continuam a atravessar a fronteira para a Turquia em busca de abrigo. Mais de 1,5 mil pessoas cruzaram a fronteira apenas na quinta-feira, elevando o número de refugiados no país vizinho para mais de 11,7 mil.

As críticas internacionais a Damasco aumentam. A União Europeia (UE) anunciou na quinta-feira a aplicação de novas sanções contra o regime sírio e os EUA advertiram o governo sírio a retirar suas tropas da fronteira com a Turquia.

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