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América do Sul

Polícia do Chile investiga ataque contra migrantes venezuelanos durante protesto

Grupo queima pertences usados por estrangeiros para pernoitar em praças e praias, durante protestos contra migração irregular em Iquique, Chile, em 25 de setembro (Foto: EFE/ Johan Berna)

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Um protesto contra a migração irregular em Iquique, norte do Chile, terminou em incidentes violentos no sábado (25), quando manifestantes queimaram colchões e outros pertences de migrantes, a maioria venezuelanos, que estão acampados na cidade enquanto esperam regularizar a sua situação.

A Polícia de Investigações do Chile realizou nesta segunda-feira as primeiras diligências do caso. Os agentes fizeram um cadastro de todas as pessoas que foram vítimas do ataque, verificaram que não houve feridos e periciaram os objetivos queimados.

A ação aconteceu depois de uma violenta passeata realizada no último sábado, com manifestantes se opondo à migração ilegal no território chileno.

"Também foi solicitado que a coleta das imagens de segurança das câmeras municipais, que poderiam ter captado os fatos", afirmou a promotora Jócelyn Pacheco, em entrevista coletiva.

Cerca de 5 mil pessoas foram às ruas de Iquique dois dias atrás, em meio a uma crescente crise migratória no Chile. Alguns participantes do ato queimaram barracas, roupa, carrinhos de bebê, entre outros objetos.

Durante a manifestação, frases de ordem xenófobas foram entoadas e diversas bandeiras do Chile ostentadas pelos participantes. Um dia antes, a polícia local havia desmontado, em uma praça de Iquique, um acampamento de famílias bolivianas.

A cidade é o primeiro grande centro urbano que os migrantes encontram quando chegam ao país, após cruzar a passagem fronteiriça da localidade de Colchane, nos Andes. A região, que fica a 3,6 mil metros de altitude e registra temperaturas extremas, já registrou 12 mortes nos últimos meses, entre pessoas que tentavam cruzar a rota de chegada ao Chile.

Aumentam entradas irregulares no Chile

Segundo a Polícia de Investigações do país, entre janeiro e julho deste ano, foram notificadas 23.673 denúncias de entrada irregular no território chileno, o que representa 40% a mais do que em todo o ano anterior.

Atualmente, há 1,4 milhão de migrantes no Chile, o que representa mais de 7% da população do país. Os venezuelanos são os mais numerosos, seguidos por peruanos, haitianos e colombiano.

Em abril, para tentar conter a entrada irregular, o presidente chileno, Sebastián Piñera, promulgou uma lei de imigração mais rígida, que obriga aos estrangeiros a obter vistos nos países de origem.

A nova regulamentação, inclusive, permite que o governo deporte os migrantes. Desde abril, foram realizados, pelo menos, cinco voos fretados, levando aproximadamente 500 pessoas para diferentes nações de origem.

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