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Polícia do Chipre diz que russo suspeito de espionagem desapareceu

Delegacia no Chipre onde ficou detido o suspeito de espionagem contra os Estados Unidos. Christopher Metsos foi libertado sob fiança, mas deveria ter se apresentado à polícia nesta quarta-feira (30) | Reuters
Delegacia no Chipre onde ficou detido o suspeito de espionagem contra os Estados Unidos. Christopher Metsos foi libertado sob fiança, mas deveria ter se apresentado à polícia nesta quarta-feira (30) (Foto: Reuters)

A polícia do Chipre começou a procurar, na noite desta quarta-feira, o suposto espião russo procurado nos Estados Unidos, que desapareceu após ser libertado depois do pagamento de fiança na terça-feira. O porta-voz da polícia Michalis Katsounotos disse que o canadense Christopher Robert Metsos, 54 anos, não se apresentou à polícia na cidade costeira de Larnaca, entre 18h e 20h (horário local, 15h e 17h em Brasília) desta quarta-feira, como previam as regras do tribunal cipriota.

Katsounotos disse Metsos não foi encontrado e as autoridades iniciaram os procedimentos para emitir um mandado de prisão contra ele por não respeitar as regras de sua libertação.

Andreas Pastellides, um dos dois advogados que representam Metsos no Chipre, disse à AP que o último contato que teve com seu cliente foi na tarde de terça-feira. Pastellides disse que Metsos não compareceu a uma reunião que eles deveriam ter realizado na tarde desta quarta-feira em Larnaca com o outro advogado, Michalis Papathanasiou.

O rápido desaparecimento de Metsos levantou questões sobre a razão pela qual as autoridades cipriotas o libertaram sob fiança "Estou realmente surpreso com o fato de o tribunal não ter emitido uma ordem de prisão contra um indivíduo suspeito de espionagem", disse Ionas Nicolaou, parlamentar do opositor partido Disy e presidente do Comitê de Assuntos Legais do Parlamento. "Tendo em vista que o homem era suspeito de ser espião, eu não acho que sua libertação condicional foi justificada. Obviamente, eu não conheço todos os fatos e argumentos que foram apresentados ao tribunal para que essa decisão fosse tomada."

Mas Pastellides defendeu o pedido de fiança. "Nós não aceitamos a prisão de nosso cliente porque ele não queria ser detido até sua extradição", disse Pastellides. Ele disse que não ficou surpreso com o fato de o juiz ter libertado Metsos, dizendo que seu colega Papathanasiou, que representou Metsos no tribunal, convenceu o juiz de que sua detenção não era necessária tendo em vista a disposição do suspeito em entregar seus documentos de viagem, comparecer diariamente na delegacia de polícia e pagar a fiança de cerca de € 26.500 (US$ 32.500).

Dean Boyd, porta-voz da divisão de segurança do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, disse que estava ciente das informações sobre Metsos divulgadas pelos meios de comunicação, mas que "as autoridades cipriotas é que têm que comentar o fato"

Um porta-voz do FBI em Washington, William Carter, disse que a agência conhecia as informações da mídia sobre Metsos "e não temos nada a dizer por ora".

Metsos estava num hotel em Larnaca. Ele pode ter ido para a parte norte turco-cipriota da ilha, que é reconhecida como país apenas pela Turquia, e não tem tratado de extradição formal com outros países. O norte é ligado à Turquia por via aérea e serviços de balsa. Embora a região receba voos provenientes apenas da Turquia, há serviços de balsa que ligam o porto de Famagusta com a cidade de Latakia, na Síria.

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