A polícia abriu fogo nesta sexta-feira contra manifestantes contrários ao governo do Iêmen, um dia após o presidente Ali Abdullah Saleh oferecer uma proposta de reforma política, disseram testemunhas.
Apesar das promessas de Saleh de proteger os manifestantes, as forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e balas de verdade para dispersar milhares de pessoas que marchavam até o bairro de Khor Maksar, em Áden, exigindo mudanças democráticas. A polícia havia isolado a área, onde ficam diversos consulados. Pelo menos 14 pessoas se feriram, incluindo duas que aparentemente foram atingidas por balas de verdade, informou a equipe do hospital onde elas foram atendidas.
Na capital do Iêmen, uma multidão compareceu ao funeral de um manifestante que havia sido atingido por tiros na quarta-feira, quando a polícia atacou estudantes que se manifestavam perto da Universidade de Sanaa. "O povo quer a queda do presidente", cantavam as pessoas que se reuniram em uma praça perto da universidade, que se tornou o epicentro dos protestos contra o regime.
"Nós pedimos ao presidente Ali Abdullah Saleh que ouça as demandas dos manifestantes em todas as províncias", disse Abdul Wahab al-Dulaimi, que liderou as orações hoje para os estudantes acampados para protestar. Partidários de Saleh foram até a Praça Tahrir, perto dali, e a polícia montou bloqueios para manter os dois lados sem contato.
Os manifestantes pedem que Saleh, no poder desde 1978, deixe o poder, mesmo após ele fazer diversas concessões. Ontem, o presidente prometeu um referendo sobre uma nova Constituição que iria devolver poder ao Parlamento, mas a oferta foi rapidamente rejeitada pela oposição. As informações são da Dow Jones.
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