Confrontos entre policiais e oposicionistas membros de tribos ocorreram hoje em Sanaa, deixando vários feridos, segundo testemunhas e uma fonte do setor de segurança do Iêmen. Metralhadoras foram disparadas e granadas foram lançadas durante os confrontos, perto da casa do líder tribal Sadiq al-Ahmar na capital do país, disseram testemunhas. Ahmar lidera a federação tribal Hashid, a maior do Iêmen. Ele era uma fonte importante de poder para o presidente Ali Abdullah Saleh, porém em março passou a apoiar a oposição.
Desde o fim de janeiro, as forças de segurança têm reprimido os protestos contra o regime, deixando pelo menos 180 mortos, segundo informações compiladas a partir dos relatos de ativistas e médicos. No fim de semana, Saleh se recusou a assinar um acordo que previa sua saída do poder e ainda advertiu para o risco de uma guerra civil no país. Centenas de milhares de pessoas já protestaram no Iêmen desde fevereiro pelo fim do governo de Saleh, no poder desde 1978. Os oposicionistas têm sido reprimidos, mas confrontos entre os dois lados tinham sido mais brandos antes desta segunda-feira.
O acordo prevê que Saleh deixe o poder em 30 dias, cedendo o poder ao vice, e posteriormente devem ser convocadas eleições. Em troca, o presidente teria imunidade judicial. Saleh tem conseguido manter-se no poder com a lealdade das bem treinadas e equipadas unidades militares e de segurança, lideradas por membros próximos de sua família. Essas forças de segurança em vários momentos reprimiram com violência as multidões nas ruas.
A União Europeia (UE) informou nesta segunda-feira que irá revisar suas políticas para o Iêmen, após a recusa de Saleh a firmar o acordo proposto pelo Conselho de Cooperação do Golfo para encerrar a crise.
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