Curitiba O jornalista brasileiro Luciano Casanova, de 38 anos, sofreu um revés profissional esta semana quando fazia um documentário audiovisual em Machu Pichu, no Peru. Casanova teve a máquina fotográfica e a filmadora apreendidas pela polícia peruana, que só devolveu o equipamento depois de intimidá-lo e apagar todas as imagens captadas até então. Ele foi tratado com desdém e grosseria ao apresentar a carteira internacional de jornalista. "Pouco me importa quem você é e o que você vai fazer agora", disse-lhe uma policial. "Foi uma agressão à liberdade de imprensa, à livre expressão", reclama Casanova.
O incidente aconteceu na tarde de terça-feira, quando Casanova captava imagens em meio a um grupo de cerca de mil turistas. "Eles se fixaram em mim e vieram atrás", conta. O motivo alegado era a captação das imagens com equipamento profissional. Os policiais levaram-no para uma sala da inspetoria e disseram que ele teria de pagar US$ 200 pelos direitos de uso da imagem do parque arqueológico de Machu Pichu. "Não havia placa indicando que era proibido filmar", disse. "Além do mais, do meu lado havia uns mil turistas filmando e fotografando". Não houve argumento que convencesse a polícia peruana.
Como Casanova se recusou a pagar a quantia exigida, eles apagaram todas as imagens antes de devolver os equipamentos. "Seria uma divulgação gratuita dos atrativos turísticos do Peru. Seria um absurdo ter de pagar para divulgar", explicou o jornalista. Casanova está percorrendo a América do Sul captando imagens da cultura, das pessoas, dos costumes e das paisagens dos diferentes países para uma futura exposição no Brasil. Do Peru, ele ainda conseguiu salvar algumas imagens de Cuzco. "Agora só falta o Equador", diz.
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