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A Polícia Nacional do Peru (PNP) prendeu nesta sexta-feira (10) Nicanor Boluarte, irmão da presidente Dina Boluarte, a pedido da unidade anticorrupção do Ministério Público que o investiga por tráfico de influência, segundo consta em documento ao qual diferentes meios de comunicação locais tiveram acesso.
O mandado de prisão também inclui o advogado de Boluarte, Mateo Castañeda, que já apareceu diversas vezes ao lado da presidente.
A PNP iniciou a operação de prisão por volta das 6h30 (horário local, 8h30 de Brasília) em diversos pontos de Lima, em uma ação policial que ainda está em andamento.
Segundo diversos meios de comunicação, esta operação foi denominada 'Waykis nas sombras', em referência ao termo em quíchua que designa a palavra amigo e que Boluarte utilizou para se referir ao governador de Ayacucho, Wilfredo Oscorima.
Oscorima foi quem, segundo confirmaram ambas as partes, emprestou vários relógios de luxo da marca Rolex à Boluarte, caso sobre o qual o Ministério Público abriu uma investigação contra a presidente e o governador por corrupção e suborno.
O documento judicial sobre a operação desta sexta-feira, ao qual o jornal El Comercio teve acesso, inclui a busca de 22 pessoas, assim como a extração de informações de celulares, CPUs, laptops, tablets e outros equipamentos eletrônicos, bem como o levantamento do sigilo bancário e da reserva fiscal dos alvos.
Ainda segundo o jornal, a Equipe Especial de Procuradores contra a Corrupção do Poder (Eficcop) acusa Nicanor Boluarte de usar influência ilícita para nomear subprefeitos para coletar assinaturas em formulários de filiação para o registro do partido político Cidadãos pelo Peru.
Os prefeitos e subprefeitos são representantes do Executivo nas diferentes regiões do Peru, são considerados cargos administrativos de confiança e são nomeados pelo Ministro do Interior e pelo presidente.
O Ministério do Interior decidiu na noite de quinta-feira desmantelar a unidade da Polícia Nacional encarregada de apoiar o Eficcop, grupo que investiga exclusivamente casos envolvendo funcionários de alto escalão.
Através de uma resolução ministerial publicada, o governo Boluarte anulou a anterior resolução ministerial que criava este grupo especializado alegando “duplicidade de funções” com outras divisões.
