A polícia do Suriname prendeu 35 pessoas envolvidas no ataque a brasileiros , ocorrido na véspera de Natal, na cidade de Albina, a 150 quilômetros a leste da capital Paramaribo. Pelo menos 16 pessoas teriam ficado gravemente feridas, entre elas quatro brasileiros. Segundo informação do serviço surinamês da Rádio Nederlands, da Holanda, os presos são acusados de incêndio criminoso, roubo e estupro de mulheres brasileiras.

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A ministra das Relações Exteriores do Suriname, Lygia Kraag-Keteldijk, garantiu hoje ao secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, que a situação em Albina está "plenamente sob controle". Não houve brasileiros mortos no conflito, de acordo com o Itamaraty.

Na véspera de Natal, em represália à morte de um morador de Albina supostamente por um brasileiro, cerca de 300 surinameses atacaram mais de 100 brasileiros. Na conversa com Patriota, a chanceler afirmou que o governo do Suriname foi surpreendido com o ataque porque os brasileiros são bem aceitos no País. Um grupo de diplomatas da embaixada brasileira no Suriname percorreu hotéis e hospitais em Paramaribo para onde foram levados os brasileiros, depois do conflito entre garimpeiros em Albina

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Cinco brasileiros vítimas do ataque no Suriname voltaram ontem ao Brasil em avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Até o início desta noite, nenhum brasileiro atacado em Albina havia demonstrado disposição em retornar ao Brasil.

Em entrevista à Radio Nederlands, o chefe do setor de Justiça da polícia surinamesa, Krishna Mathoera, informou que alguns dos 35 presos já teriam inclusive sido reconhecidos pelas vítimas dos estupros.

Segundo a emissora de rádio, a polícia e as Forças Armadas surinamesas retiraram 130 pessoas que se esconderam na selva durante os confrontos na região de Albina. Entre elas estão cerca de 80 brasileiros e 20 chineses, levados para Paramaribo. Mathoera reconheceu que Albina vive um clima de "tensão". "É uma área de fronteira, com grande mobilidade de pessoas e de mercadorias. Mas a polícia nunca tinha imaginado que o conflito (entre moradores locais e imigrantes) iria escalar tanto", afirmou o chefe do setor de Justiça da polícia do Suriname.

Suriname nega preconceito

Depois do ataque a estrangeiros no último dia 24 no Suriname, a ministra de Negócios Estrangeiros do país vizinho, Ligya Kraag-Keteldijk, negou nesta segunda-feira (28) que haja resistências ou preconceito comunidade brasileira. Mas admitiu que o governo surinamês foi pego de surpresa pelo ato de violência.

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Kraag-Keteldijk concedeu entrevista coletiva em Paramaribo (capital do Suriname). ao lado do embaixador do Brasil no país vizinho, José Luiz Machado e Costa. A ministra disse que o governo do Suriname está tomando todas as providências para evitar que episódios semelhantes se repitam no país. Segundo ela a situação está sob controle.

Acompanhada pelo embaixador, a ministra disse que há intenção de seu governo em ampliar e intensificar as relações bilaterais com o Brasil. Mas os diplomatas não esclareceram quais áreas deverão ser atingidas.

Na véspera de Natal, cerca de 200 garimpeiros entre brasileiros e chineses foram atacados na região da cidade de Albina, a 150 quilômetros da capital do Suriname. No Domingo (27), o Ministério de Relações Exteriores informou, por meio de nota, que não houve comprovação de mortes de brasileiros. Porém, há suspeitas de que entre os desaparecidos existam brasileiros.

A região de Albina é um dos principais áreas de exploração de garimpo. Em todo Suriname, vivem cerca de 15 mil brasileiros a maioria sem documentação. De acordo com diplomatas, os habitantes do Suriname se queixam que os estrangeiros, mesmo sem documentos legais e sem pagar impostos, usufruem de benefícios no país.

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