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Tradição

Polícia e exército do Irã prendem 300 mulheres por roupas "inapropriadas"

A polícia e o exército iranianos prenderam cerca de 300 mulheres por roupas inapropriadas e deram um ultimato a cerca de 3.500 outras nos últimos dois dias em Teerã, capital do país.

A ordem da polícia é deter as iranianas que se vestem ao "estilo ocidental" ou que não usam o véu islâmico obrigatório no país. Enfim, está proibido o uso de calças curtas ou saias justas e curtas, assim como os lenços pequenos que deixam de fora parte do cabelo da mulher. A medida tem como objetivo obrigar as iranianas a seguir ao pé da letra as ordens do regime xiita do presidente Mahmoud Ahmadinejad.

O denominado "plano para a luta contra o mau véu" foi aplicado no passado, mas só durante os meses de verão, nos quais o insuportável calor obrigava as mulheres a tirar de forma parcial o véu ou o "xador", vestimenta que cobre todo o corpo da mulher, da cabeça até os pés.

A partir deste ano, "será uma luta permanente", segundo a "Irna", agência oficial de notícias iraniana.

As mulheres presas só são soltas depois que um homem da família (pai ou irmão) vá até a delegacia e obrigue a mulher a usar as vestimentas tidas como certas pelo regime.

"58 já foram libertadas por terem assinado um termo de que não usariam mais este tipo de vestimento", disse o chefe do departamento de informação da polícia iraniana, Mehdi Ahmadi.

As autoridades não disseram, no entanto, como seriam castigadas as mulheres que, apesar das pressões, insistirem em se vestir ao estilo ocidental.

Em uma tentativa de justificar as medidas, as autoridades iranianas alegam que 85% dos casos de agressão contra as mulheres nas ruas do país se devem àquelas que "não usam o véu como é devido".

Defesa

Ahmadinejad rejeitou, durante a campanha eleitoral que o levou ao poder em 2005, as afirmações de seus rivais de que ia limitar as poucas liberdades conquistas pelas mulheres durante o mandato de seu antecessor, o reformista Mohammad Khatami.

As autoridades iranianas negaram as acusações contra o regime de Teerã de violar os direitos da mulher, e afirmam que mais de 70% dos estudantes no país são mulheres, que as mulheres não são mais obrigadas a ficar em casa e que trabalham da mesma forma que os homens.

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