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A polícia da Tunísia utilizou gás lacrimogêneo nesta sexta-feira para dispersar um protesto contra o governo na capital Túnis, segundo testemunhas. Após as orações da sexta-feira, centenas de manifestantes se uniram para um protesto perto da sede do governo no bairro de Kasbah, para exigir a demissão dos ministro da Justiça e do Interior. As manifestações pediam a completa independência do Judiciário e que se processassem os responsáveis pela mortífera repressão do levante democrático na Tunísia, ocorrido mais cedo neste ano.

"Nós viemos aqui realizar uma manifestação pacífica, não temos nada contra vocês", disse Ziad, um jovem professor que viajou 120 quilômetros de Kelibia para o protesto em Túnis, falando aos policiais. "Nossas demandas são simples: a demissão dos ministros de Interior e da Justiça, sanções contra os autores dos homicídios e indenização para as vítimas." Um levante popular sem precedentes provocou em janeiro a deposição do presidente Zine el Abidine Ben Ali, um dos mais sanguinários ditadores do mundo. Jovens, porém, têm criticado o novo governo desde então.

Veículos blindados formaram um cordão no entorno dos ministérios para evitar a chegada de jovens manifestantes às proximidades. "Nós não queremos a queda do governo, mas ele precisa parar de apoiar lacaios de Ben Ali", afirmou Ziad. "Ninguém pode sequestrar a revolução."

Em Ben Guerdane, cidade costeira no sudeste, perto da fronteira com a Líbia, um grupo de jovens formados desempregados que vinha se manifestando havia semanas fez uma "greve geral" simbólica, disse o líder sindical Houssine Betaieb à France Presse. Os manifestantes pediam "direito ao emprego" e reclamavam do fracasso do governo em combater o desemprego no país. As informações são da Dow Jones.

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