A Polícia Federal da Argentina iniciou as operações de busca e apreensão nos imóveis da senadora e ex-presidente Cristina Kirchner ao meio dia desta quinta-feira (23). Um dos locais que está sendo revistado é o apartamento dela no bairro Recoleta, em Buenos Aires, que aparece frequentemente nas anotações do delator Oscar Centeno, o homem que diz ter escrito os oito cadernos que ficaram conhecidos como “cadernos de propinas”, documentos estes que deram origem à nova investigação de corrupção do governo Kirchner. Cristina é acusada de ser a chefe da associação criminosa, mas alega que é vítima de perseguição judicial desde que Maurício Macri assumiu a presidência, em dezembro de 2015. A ex-presidente responde a cinco processos.
A operação ocorre depois que o Senado aprovou na quarta-feira (22) as buscas nas propriedades de Cristina, acolhendo o pedido do juiz federal Claudio Bonadio, que está a frente do caso. Também são alvo da operação de hoje os imóveis que ela tem em Río Gallego e em El Calafate, na província de Santa Cruz.
Os peritos da polícia federal entraram no apartamento da senadora com o objetivo de buscar provas que corroborem o que disseram várias testemunhas – e não em busca de dinheiro –, segundo fontes ouvidas pelo Clarín.
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Duas testemunhas acompanharam a operação no apartamento da Recoleta, mas o advogado de Cristina, Carlos Beraldi, disse que os policiais pediram que ele se retirasse do local por ordem do juiz Bonadio. “Estamos diante de uma farsa, vamos propor a nulidade de todo o procedimento e vamos solicitar o julgamento político do juiz", disse ele à imprensa. "Bonadio não cumpre o que o Senado disse, eles começaram a filmar e se comportam ilegalmente".
As buscas e apreensões já eram esperadas mesmo antes da aprovação do Senado. A própria Cristina votou a favor das buscas, afirmando que não tem nada a esconder. A vitória do "sim" foi de 66 votos a favor, entre os 72 senadores. Estava previsto que, na mesma sessão, se tratasse também a retirada do foro parlamentar da ex-presidente e hoje senadora, o que poderia acelerar o processo de sua prisão preventiva. Porém, não houve tempo nem quórum para esta votação.
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