Hayat Boummedienne era esposa de Amedy Coulibaly| Foto: Le Monde/Reprodução

A polícia francesa procurava até a tarde deste sábado Hayat Boummedienne, de 26 anos, que seria cúmplice dos recentes atentados na região de Paris e a única suspeita que continua viva depois da morte na sexta-feira dos autores do massacre da Charlie Hebdo.

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Boummedienne era esposa de Amedy Coulibaly, de 32 anos, que na sexta-feira manteve 15 reféns em um supermercado de Paris, e também amiga do mais novo dos irmãos Saïd e Chérif Kouachi, os dois jihadistas responsáveis pelo massacre de quarta-feira na revista francesa.

Ela é considerada, junto de Coulibaly, autora material do assassinato a tiros na quinta-feira em Paris de uma policial municipal francesa.

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"Podem estar armados e são perigosos", assinalou a polícia francesa ao emitir um alerta sobre o casal, antes de Coulibaly ser abatido pelas forças de elite no supermercado Hyper Cacher, onde havia rendido 15 pessoas.

Também foram abatidos Saïd e Chérif Kouachi após três dias de frenética perseguição, em uma gráfica de Dammartin, no nordeste de Paris, onde haviam se entrincheirado.

Boummedienne, que utiliza o véu integral desde 2009, se casou em cerimônia religiosa no mesmo ano com o jihadista, com quem aparece em fotos publicadas pelo jornal Le Monde.

O casal mantinha relação com os irmãos Kouachi, especialmente com Chérif, de 32 anos, e sua esposa. As duas trocaram mais de 500 ligações em 2014, afirma o promotor da capital francesa, François Molin.

Emergência

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Ainda na sexta-feira, o presidente da França, François Hollande, realizou uma reunião de emergência para discutir a segurança nacional e frustrar possíveis novos ataques terroristas nos arredores de Paris, orquestrados por militantes da Al-Qaeda no Iêmen.

Hollande se encontrou com autoridades do governo e dos órgãos de segurança na manhã deste sábado para discutir como garantir a segurança do país em meio a preocupações de que os responsáveis pelos ataques integram uma rede extremista internacional. Participaram da reunião o primeiro-ministro Manuel Valls, o ministro do Interior Bernard Cazeneuve e a ministra da Justiça Christine Taubira. Com os ataques, a segurança em pontos turísticos e religiosos de Paris foi reforçada.

"As ameaças enfrentadas pela França não terminaram", afirmou o presidente francês em declaração em rede nacional de tevê na sexta-feira. "Somos cidadãos livres que não cedem à pressão."

Também no sábado, a rádio francesa RTL divulgou um áudio de Coulibaly durante o cerco policial ao mercado. Na gravação, o suspeito faz duras críticas às campanhas militares do ocidente contras extremistas na Síria e no Mali. Coulibaly ainda descreve Osama bin Laden como uma inspiração.

O braço da Al-Qaeda no Iêmen afirmou ter dirigido o ataque contra o jornal Charlie Hebdo, realizado na quarta-feira. O objetivo da organização terrorista era vingar a honra do profeta Maomé, que era alvo frequente das charges satíricas da publicação.

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Neste domingo, a França realizará uma grande manifestação para mostrar união contra os extremistas e demonstrar respeito e luto pelas vítimas. Líderes como David Cameron, o primeiro-ministro britânico, e Angela Merkel, chanceler da Alemanha, devem participar do evento.