As últimas imagens do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto em uma estação do metrô de Londres em julho de 2005, foram liberadas nesta segunda-feira durante o julgamento da Scotland Yard, que está no banco dos réus pela desastrosa operação que levou à morte do eletricista. Ele foi abatido a tiros dentro de um vagão ao ser confundido com um possível terrorista.
No vídeo exibido ao júri, o brasileiro, que é identificado pelas iniciais JC, é seguido por dois policiais à paisana, nomeados de Ken e Ivor, já dentro de Stockwell.
Após passar pela roleta, os agentes da Scotland Yard seguem Jean Charles até o trem, onde ele seria executado com vários tiros.
Durante o julgamento, Ivor (nome fictício) descreveu como "extremamente violenta" e "angustiante" a cena da morte do brasileiro. O agente testemunhou no processo que analisa se a Scotland Yard infringiu regras de saúde e segurança do público na trágica operação.
Em sua declaração no tribunal, Ivor contou ter entrado no mesmo vagão do brasileiro e ter-se sentado a poucos assentos de distância dele, enquanto outros policiais armados invadiam o local.
"Gritei 'Aqui está!', e assinalei Jean Charles com minha mão direita", recordou.
Ivor esclareceu que o eletricista se levantou e correu. Ivor foi atrás dele e conseguiu segurá-lo.
Na confusão, Ivor, que participava da operação de vigilância, disse que teve duas armas de fogo apontadas para ele por outros policiais da operação, depois que Jean Charles de Menezes ter sido morto a tiros no vagão, onde havia outros passageiros.
Ele estava segurando Menezes quando a polícia matou o brasileiro, de 27 anos.
"Eu ouvi vários tiros, gritos", disse Ivor.
Para a Promotoria da Grã-Bretanha, a morte do brasileiro se deu por "erros fundamentais" da Scotland Yard.
- A morte poderia ter sido evitada - afirmou ao júri a promotora Clare Montgomery, na semana passada.
Jean Charles foi confundido com Hussain Osman, que morava no mesmo bloco de apartamentos em Londres e que estaria envolvido com os atentados fracassados de 21 de julho daquele ano.
Duas semanas antes, terroristas obtiveram sucesso com um plano que teve como alvo o sistema de transporte público londrino, matando 52 pessoas - além dos quatro extremistas da operação - e deixando outras 700 feridas.
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