Polícia italiana escolta integrantes de grupos criminosos em Palermo. Uma das maiores investigações dos últimos anos| Foto: Marcello Paternostro / AFP Photo

A polícia italiana deteve 89 suspeitos e frustrou os planos da máfia siciliana (a Cosa Nostra) de se reorganizar e formar uma nova comissão para estabelecer as estratégias do grupo criminoso, afirmaram as autoridades nesta terça-feira. A polícia de Palermo disse que a operação, que abrangeu várias cidades da Sicília, foi uma das maiores dos últimos anos e deu aos investigadores um panorama dos altos escalões da máfia. A operação também impediu novas mortes, já que os chefões mafiosos disputavam o controle da comissão.

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A operação contou com a participação de 1.200 policiais, além de helicópteros. Apesar das prisões, ainda há mafiosos soltos. A operação foi resultado de nove meses de escutas telefônicas que trouxeram à luz os negócios e a estrutura da máfia. As prisões tiveram como alvo os chefões das famílias locais e os planos de integrantes menos graduados das quadrilhas de restabelecer a comissão, que tomaria decisões importantes da Cosa Nostra, disse a polícia.

Salvatore "Totó" Riina, o chefe dos chefes, liderou a comissão, conhecida como "cupola" até ser detido em 1993. Na época, a comissão decidiu colocar em prática a estratégia de vários ataques contra agentes do Estado, que culminou com as mortes dos magistrados Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, em 1992.

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A máfia siciliana vem tentando reestruturar sua hierarquia e superar a desordem em suas fileiras desde que o sucessor de

Riina, Bernardo Provenzano, foi detido em abril de 2006. Seus principais conselheiros foram presos dois meses depois. "Se esta operação colocou a Cosa Nostra de joelhos, evitou que ela se erga novamente", disse o procurador nacional antimáfia Pietro Grasso, nesta terça-feira (16).

A operação, chamada Perseu, uma referência ao herói mitológico grego que decapitou a medusa, "cortou todas as cabeças estrategicamente importantes na nova estrutura de administração que iria deliberar, como já fez, todos os atos importantes do grupo", disse Grasso.

O ministro da Justiça, Angelino Alfano, disse que a tentativa do grupo de se reorganizar "mostra que a máfia nunca aceita que foi vencida" e louvou a luta contínua contra o grupo. Alfano está entre os funcionários do governo e associações de familiares de vítimas da ataques da Máfia que saudaram as prisões, considerando-as como um duro golpe contra a máfia.

Esta tentativa de restaurar a comissão foi organizada por Matteo Messina Denaro, que faz parte do grupo de pessoas que competem pela sucessão de Provenzano, informou a polícia. Messina Denaro é visto pelos investigadores como um forte candidato para o cargo depois que os principais competidores foram detidos. Ele continua foragido. As acusações contra os detidos nesta terça-feira incluem associação mafiosa, extorsão, tráfico de armas e drogas, disse a polícia em comunicado. As informações são da Associated Press.

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