Mais de cem pessoas foram mortas ontem por disparos efetuados pela polícia na cidade de Deraa, no sul da Síria. A informação foi divulgada hoje por ativistas pelos direitos humanos e confirmada por testemunhas.
"Há certamente mais de cem mortos, e a cidade precisará de uma semana para enterrar seus mártires", afirmou por telefone o ativista Ayman al-Asswad, que está em Deraa. As forças de segurança dispararam contra manifestantes que estavam perto de uma mesquita. Já o governo atribuiu a violência a "gangues".
Desde 1963 está em vigor na Síria uma lei de emergência proibindo manifestações. Há sete dias, porém, acontecem vários pequenos protestos pedindo o fim do governo do presidente, Bashar Al-Assad, que sucedeu o pai em 2000.
Deraa é uma cidade localizada cem quilômetros ao sul de Damasco e perto da Jordânia em uma área onde vivem grandes famílias tribais. Ali ocorrem os principais protestos, os últimos de uma série em países árabes contra regimes autocráticos há décadas no poder. Na terça-feira, a União Europeia (UE) condenou a "violenta repressão" aos protestos, qualificando-a como "inaceitável".
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura