A polícia do regime da Nicarágua invadiu nesta quinta-feira (20) escritórios do jornal El Confidencial, de oposição à ditadura de Daniel Ortega, e deteve temporariamente jornalistas que cobriam a operação contra o jornal.
Tropas de choque cercaram as imediações do jornal nesta quinta-feira, informou Carlos Fernando Chamorro, diretor da publicação e uma importante voz contra a ditadura nicaraguense. "Nossos escritórios estão cercados pela polícia anti-motim. Exigimos respeito à integridade física de nossos jornalistas e que não roubem nossos equipamentos. Há dois anos, nos assaltaram e confiscaram, mas nunca nos calaram", denunciou o jornalista pelo Twitter nesta tarde.
O produtor e cinegrafista Leonel Gutiérrez, do Confidencial, foi detido quando a polícia invadiu estúdios de gravação e liberado sete horas depois. Segundo o jornal, os policiais apresentaram uma ordem do Ministério do Governo para a invasão, sem argumento ou justificativa legal. Também há relatos de que jornalistas das agências internacionais de notícias AFP e EFE que cobriam os eventos foram detidos.
O Confidencial e outros meios de comunicação da Nicarágua sofrem perseguição e ameaças de prisão desde os grandes protestos que ocorreram no país em 2018.
Mais cedo nesta quinta-feira, o Ministério de Governo do regime da Nicarágua informou que abriu uma investigação contra a jornalista Cristiana Chamorro Barrios, candidata à presidência pela oposição, por suposta lavagem de dinheiro. Ela é filha da ex-presidente da Nicarágua Violeta Barrios de Chamorro (1990 - 1997) e irmã de Carlos Chamorro.
O ditador Daniel Ortega, que está no poder desde 2007, busca uma nova reeleição em novembro. Recentemente, o parlamento da Nicarágua, controlado por sandinistas, aprovou uma reforma eleitoral que limita a participação da oposição e ameaça a integridade da próxima eleição presidencial.
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