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Desaparecimento

Polícia portuguesa admite que Madeleine pode ter morrido

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O delegado da Polícia Judiciária (PJ) portuguesa Olegario Sousa admitiu publicamente pela primeira vez que a menina britânica Madeleine McCann, desaparecida em 3 de maio, pode ter morrido, disse neste sábado (11) à rede pública britânica "BBC".

Sousa, porta-voz da Polícia Judiciária no caso, afirmou que os agentes que estão investigando o desaparecimento encontraram novas provas que dão "intensidade" à possibilidade de que a menina esteja morta.

Além disso, o policial negou que os pais de Madeleine, Gerry e Kate, sejam considerados suspeitos, como insinuaram esta semana vários jornais portugueses.

Sousa disse que detetives com cães farejadores britânicos descobriram evidências que poderiam indicar a morte da menina, em alusão aos vestígios de sangue encontrados no apartamento que os pais de Madeleine alugaram em Praia da Luz, de onde a menina desapareceu há cem dias.

Esses supostos vestígios de sangue estão sendo analisados em um laboratório de Birmingham (centro da Inglaterra).

O delegado não quis confirmar ou desmentir as informações publicadas na imprensa portuguesa sobre um suposto cheiro de cadáver detectado pelos cães no apartamento de Praia da Luz.

No entanto, o porta-voz policial ressaltou que continuam abertas outras linhas de investigação, como a possibilidade de um seqüestro, e antecipou que as testemunhas do caso poderiam voltar a ser interrogadas, dependendo dos resultados procedentes de Birmingham.

Desaparecida há 100 dias

O desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann completa 100 dias neste sábado (11) sem uma avaliação precisa do que aconteceu com a menina. A polícia portuguesa abriu novos rumos para a investigação. Inicialmente, considerou-se a possibildiade de um seqüestro. Mais tarde, o caso passou a ser investigado também como um possível homicídio.

Os pais de "Maddie", como a imprensa européia se refere à menina, participaram de uma missa neste sábado na igreja da Praia da Luz, pelos 100 dias de desaparecimento da filha.

Madeleine desapareceu no dia 3 de maio, quando dormia num quarto de um hotel na Praia da Luz, na região portuguesa de Algarve. A menina, de 4 anos, estava no quarto com seus dois irmãos menores, enquanto seus pais jantavam num restaurante próximo.

Ainda há dúvidas no caso que pedem esclarecimento. A polícia tenta determinar o que aconteceu entre 18h e 21h do dia 3 de maio, por exemplo, e quem foi a última pessoa que viu Madeleine com vida.

Em recentes entrevistas às redes de televisão portuguesas, os pais da menina, Gerry e Kate McCann, admitiram que as investigações regressaram ao "ponto zero" e se mostraram surpresos de que pudessem ser considerados suspeitos no caso.

Novas pistas

Enquanto os pais da menina insistem que sua filha esteja viva e pediram à polícia portuguesa provas que demonstrem o contrário, o grupo de trabalho formado pela Polícia Judiciária portuguesa e por agentes britânicos se concentra mais em um possível trajeto do corpo de Madeleine.

O semanário português "Sol" informou neste sábado (11) que a polícia portuguesa teria buscado indícios do corpo da menina em um carro alugado pelos pais de Madeleine. Os pais teriam alugado o carro depois do desaparecimento da menina, segundo o jornal.

De acordo com o semanário, as autoridades podem ter chegado à conclusão de que o corpo da menina pode ter sido enterrado nas imediações do apartamento ocupado previamente pela família McCann, e depois trasladado para outro lugar, ou lançado ao mar.

Tanto a polícia portuguesa quanto a britânica consultaram especialistas da Universidade de Algarve sobre as correntes marítimas na região da Praia da Luz, onde a menina desapareceu.

O "Jornal de Notícias" português informou neste sábado que os resultados dos vestígios de sangue encontrados no apartamento da família McCann serão revelados na próxima semana, e que isso dará "um novo rumo à investigação".

Até o momento, o único suspeito oficial no caso é o britânico Robert Murat, que mora bem próximo ao hotel onde a família McCann passava férias.

A casa, os carros e o jardim da família de Murat foram revistados em várias ocasiões pela PJ, sem a descoberta de novas pistas.

'Não me esqueça'

Por iniciativa dos pais de Madeleine, foi inaugurado um novo canal na internet, no site Youtube, que se chama "Don't forget about me" ("Não me esqueça"), para recordar as crianças desaparecidas, em mais uma entre tantas operações midiáticas para ajudar a encontrar Madeleine.

O sumiço de "Maddie" levou seus pais a uma campanha mundial para encontrá-la. Esportistas famosos e até a autora do best-seller Harry Potter, a escritora J. K. Rowling, participaram das ações pela sua busca.

Na sexta-feira (10), a primeira-dama dos Estados Unidos, Barbara Bush, gravou uma mensagem na nova seção criada hoje no site de vídeos YouTube para ajudar a localizar crianças desaparecidos em todo o mundo.

Guia para desaparecidos

Os pais de Madeleine McCann lançaram nesta semana um guia para que outros pais mantenham seus filhos seguros e não passem por esta difícil situação.

A iniciativa, chamada de Código Madeleine, traz uma lista de seis pontos para serem seguidos imediatamente no caso do sumiço de alguma criança (clique aqui para ver o resumo do guia). É um plano de ação dirigido a pais e a monitores de lazer de hotéis.

O plano foi desenvolvido com o apoio da Federação de Operadores de Turismo da Grã-Bretanha, e segue o exemplo do Código Adam, lançado nos Estados Unidos após o desaparecimento do menino Adam Walsh, de seis anos de idade, seqüestrado e morto no início dos anos 80 na Flórida.

O objetivo do Código Madeleine é ativar um sistema que garanta a segurança do local do desaparecimento, criando um processo sistemático de busca imediata, impedindo que a criança seja levada para longe.

"Esperamos que todas as famílias sigam essas instruções e consigam manter a segurança dos seus filhos", disse, Gerry McCann, o pai de Madeleine.

Os seis pontos do Código Madeleine são:

1- Fornecer imediatamente uma fotografia da criança à gerência do hotel (loja, parque ou restaurante) em que a criança estava antes do desaparecimento, juntamente com uma descrição detalhada de seu aspecto físico. A gerência deve dar apoio imediato à busca inicial e apoiar os pais no contato com a polícia local.

2 - Espalhar a informação do desaparecimento, implementando o processo de circulação da fotografia e da descrição da criança num âmbito mais amplo do local do sumiço.

3 - Funcionários do hotel e de empresas parceiras devem ajudar a fazer uma busca imediata na região do desaparecimento, além de monitorar todas as entradas e saídas do local.

4 - A busca inicial deve levar até dez minutos antes de os pais acionarem a polícia, com apoio da gerência do hotel.

5 - O suposto local do crime, de onde a criança foi levada, deve ser isolado e ficar livre de contaminação até a chegada da polícia.

6 - Se a criança for encontrada acompanhada por alguém que não seja um dos pais ou o responsável legal por ela, esta pessoa deve ser mantida no local até a chegada da polícia, a não ser que isso ponha a segurança das pessoas em risco.

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