Policiais entraram em confronto nos centros de Moscou e de São Petersburgo nesta terça-feira com manifestantes que tentavam realizar um segundo dia de protestos contra as supostas fraudes eleitorais, ocorridas nas eleições parlamentares russas, realizadas no final de semana. Já o primeiro-ministro Vladimir Putin, cujo partido Rússia Unida seria o suposto beneficiado por essas fraudes, se disse "satisfeito" com o resultado das eleições.
Putin afirmou também que uma queda no apoio é "inevitável" para um partido que está no governo. A declaração foi feita depois de a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ter criticado mais uma vez o pleito realizado na Rússia.
Centenas de policiais haviam bloqueado a Praça Triunfal na noite desta terça-feira e então começaram a expulsar os manifestantes. Cerca de 250 foram detidos em Moscou. Segundo a imprensa russa, a polícia também deteve outros 200 em um protesto contra supostas fraudes eleitorais em São Petersburgo. Também foram detidas 25 pessoas em uma manifestação contra o governo na cidade de Rostov sobre o Don, no sul do país. O Partido Comunista, da oposição, denunciou na segunda-feira fraudes eleitorais no sufrágio do final de semana passado.
Partidários do governista Rússia Unida também realizaram uma manifestação na noite de hoje na Praça da Revolução, perto do Kremlin. Imagens da televisão estatal mostraram uma multidão que parecia ser de alguns milhares de pessoas.
O Rússia Unida, legenda de Putin, registrou uma significativa queda no número de votos da eleição, mas mesmo assim manteve a maioria no Parlamento. Opositores dizem que a vitória só foi alcançada devido à grandes fraudes.
Na vizinha Lituânia, a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton criticou mais uma vez a eleição russa e pediu que as acusações de fraude sejam investigadas.
Alguns participantes do protesto desta terça-feira gritavam "Putin é um bandido e um ladrão!", numa referência tanto às fraudes eleitorais quando às reclamações generalizadas de que o Rússia Unida é uma das principais razões para a corrupção endêmica no país.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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