A polícia de Moscou deteve neste sábado 50 manifestantes durante o protesto autorizado contra os resultados das eleições presidenciais russas do último dia 4, vencidas pelo atual primeiro-ministro do país, Vladimir Putin, mas consideradas fraudulentas pela oposição.
Um porta-voz da polícia de Moscou informou à agência de notícias "Interfax" que os detidos são ultranacionalistas que tentaram organizar "provocações" nas imediações da rua Novo Arbat, no centro da capital russa.
Os incidentes ocorreram pouco após a organização ultranacionalista "Ruskie" (Russos) dizer que nunca voltaria a participar dos comícios de protesto organizados pelos liberais.
O líder do grupo radical Frente de Esquerda, Sergei Udaltsov, advertiu que nem ele nem seus partidários têm a intenção de abandonar a área ao término do comício antigovernamental. "Devemos compreender que o dia 4 de março não terminou nossa campanha 'Por eleições limpas', mas deu início à campanha 'Por um poder legítimo contra ladrões e impostores'".
Antes do protesto, a polícia informou que alguns grupos planejavam encenar provocações ao término do protesto - que conta com milhares de pessoas -, como a instalação de barracas para acampar.
Na segunda-feira passada, centenas de ativistas já haviam sido detidos, entre eles vários dos líderes da oposição radical ao Kremlin, por se negarem a abandonar a praça Pushkin após um protesto pacífico.
Segundo a imprensa, a manifestação deste sábado é crucial para avaliar a capacidade de convocação da oposição, pois até o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, parabenizou Putin pela vitória eleitoral, neste mesmo sábado.
O próprio Putin - cujo mandato como presidente expira em 2018, mas com possibilidade de reeleição - admitiu a existência de algumas irregularidades no pleito. No entanto, ele considera incontestável sua vitória.
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