A polícia hondurenha deteve na quarta-feira (12) 95 simpatizantes do presidente deposto Manuel Zelaya. Foram 40 pessoas presas na Universidade Pedagógica de Tegucigalpa e mais 55 na região central da capital do país, onde houve choques entre seguidores do líder deposto e a polícia. As forças de segurança usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar um protesto, desencadeando incidentes como uma agressão ao deputado de esquerda Marvin Ponce e atos de vandalismo pela cidade.
No episódio ocorrido na Universidade Pedagógica, utilizada como abrigo por centenas de simpatizantes de Zelaya vindos do interior do país para protestar contra o governo golpista, a polícia e o Exército invadiram o local e detiveram 40, disse Orlin Cerrato, comissário da polícia. Unidades policiais e do Exército continuavam dentro da instituição de ensino, prosseguiu ele. Juan Barahona, da Frente de Resistência contra o Golpe, disse que os estudantes não poderiam mais pernoitar no local por causa da invasão.
Juan Manuel Zelaya foi destituído do cargo por militares no dia 28 de junho, em cumprimento a uma ordem da Suprema Corte do país. A ação foi uma resposta à insistência de Zelaya em realizar um plebiscito para mudar a Constituição e permitir sua candidatura à reeleição. Zelaya foi preso em casa e levado a uma base aérea, de onde embarcou para a Costa Rica. Os deputados de Honduras nomearam Roberto Micheletti, líder do Congresso, como novo presidente do país.