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Dezenas de pessoas foram presas na segunda-feira ao participar de uma manifestação proibida em Teerã, segundo um site da oposição.

O protesto, em solidariedade à rebelião popular no Egito, foi a primeira demonstração de força da oposição desde as manifestações de dezembro de 2009, quando oito pessoas morreram.

"Testemunhas dizem que em algumas partes de Teerã as forças de segurança prenderam dezenas de manifestantes", disse o site Kaleme, ligado ao líder oposicionista Mirhossein Mousavi.

Uma testemunha relatou que as forças de segurança usaram gás lacrimogêneo para dispersar milhares de pessoas que marchavam em direção a uma praça de Teerã. Houve confrontos entre policiais e manifestantes e dezenas de prisões na cidade de Isfahan, disse outra testemunha à Reuters.

Muitos manifestantes caminhavam em silêncio, mas outros gritavam "Morte ao ditador" e alguns entoavam slogans comparando a liderança iraniana aos governantes recentemente depostos na Tunísia e no Egito.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, referiu-se às rebeliões contra as ditaduras laicas de Tunísia e Egito como sendo um "despertar islâmico", análogo à revolução de 1979 que derrubou o xá do Irã.

Já a oposição compara essas revoltas aos protestos de grupos liberais registrados no Irã em 2009, depois da reeleição do presidente conservador Mahmoud Ahmadinejad.

Vídeos divulgados pela Internet mostraram jovens, alguns segurando paus, reunidos em torno de latões de lixo, alguns deles em chamas.

Os manifestantes se dirigiam à praça Azadi (Liberdade), local tradicional de protestos. Centenas de pessoas também participaram dos atos em Isfahan e Shiraz, segundo testemunhas.

Forças de segurança cercaram as casas dos líderes oposicionistas Mirhossein Mousavi e Mehdi Karroubi, impedindo-os de participarem das manifestações, segundo seus sites.

Citando o apoio oficial do Irã aos protestos no Egito e na Tunísia, Mousavi e Karroubi pediram permissão para realizar eventos de solidariedade. Mas as autoridades rejeitaram, temendo uma repetição dos protestos de 2009, os mais graves no país desde a revolução de 1979.

As autoridades iranianas acusam os líderes da oposição de serem parte de um complô ocidental contra o regime islâmico.

Descrevendo os episódios, a TV estatal disse: "Hipócritas, monarquistas, bandidos e sediciosos que desejavam criar a desordem pública no Irã foram presos por nossa brava nação ... Essa gente incendiou latões de lixo e danificou propriedades públicas."

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