Mais de 500 pessoas foram detidas e 14 ficaram feridas em várias cidades do Chile nesta quinta-feira, com a ação da polícia que disparou jatos d'água e gás lacrimogêneo para dispersar estudantes e professores que reivindicam reformas na educação do país. Logo em seguida, centenas de manifestantes invadiram a estação do canal de TV Chilevisión, e só deixaram o local depois que os produtores concordaram em colocar no ar uma mensagem com as reivindicações estudantis.
À noite, milhares de estudantes e professores tentavam se reunir na Plaza Italia, em Santiago, mas foram novamente dispersados pela polícia com bombas de gás lacrimogêneo e jatos d'água.
Os protestos têm sido crescentes desde que o presidente Sebastián Piñera anunciou, no ínicio do ano, amplo corte nos gastos com a educação do país, apesar de o Chile ter uma das economias que mais crescem na América Latina. O governo destina 4,4% de seu PIB para a área da educação, bem abaixo dos 7% recomendados pela Unesco.
Os jovens exigem uma série de reformas constitucionais para alcançar uma educação pública de qualidade e gratuita, a fim de que se acabe com o lucro das universidades, o que é proibido na legislação chilena. O sistema público de ensino é responsável por 3,5 milhões de estudantes no país.
Segundo os manifestantes, o sistema é subfinanciado e profundamente desigual. De acordo com o ministro do Interior do Chile, Rodrigo Hinzpeter, as manifestações desta quinta-feira - um greve nacional e duas marchas - não tinham a permissão do governo para ocorrer. As informações são da Dow Jones.