A polícia britânica anunciou nesta segunda-feira (2) que prendeu dois homens de 20 e 25 anos suspeitos pelo atentado frustrado contra o aeroporto de Glasgow no sábado (30).
Antes deles, os policiais já haviam prendido outros cinco, sendo que um deles morreu com queimaduras após bater o carro em chamas contra o aeroporto escocês. Até o momento, a polícia não divulgou imagens das pessoas detidas.
Segundo a agência de notícias "France Presse", um dos suspeitos detidos no fim de semana é um cirurgião jordaniano chamado Mohammed Jamil Abdelkader Asha, informaram nesta segunda-feira fontes na Jordânia que pediram anonimato.
A "CNN" informou que os dois homens que estavam no carro que atingiu o aeroporto escocês são suspeitos de estarem ligados também com os dois carros-bomba colocados nas ruas de Londres na sexta-feira.
Acusação contra al-Qaeda
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, disse neste domingo (1) que os britânicos não se deixarão intimidar por "pessoas associadas à al-Qaeda", enquanto reconheceu o caráter "durável e sustentado" da ameaça terrorista.
Em entrevista à "BBC", Brown, que em cinco dias no cargo enfrentou três incidentes terroristas, assegurou que ninguém conseguirá "destruir o estilo de vida britânico".
Referindo-se aos dois atentados fracassados com carro-bomba da sexta-feira em Londres e ao ataque de dois supostos terroristas suicidas contra o aeroporto de Glasgow, no sábado, Brown afirmou: "Está claro que tem a ver, em termos gerais, com pessoas associadas à al-Qaeda". Antes dele, o seu assessor para assuntos ligados ao terrorismo, Alan West, afirmou existe uma "mortífera rede de células operacionais inteligadas".
O líder trabalhista atribuiu os ataques a "um grupo de pessoas não só neste país, mas no mundo todo, que está disposto a fazer o máximo dano aos civis" para conseguir seus objetivos.
A resposta não pode ser só militar, policial e de segurança, mas deve incluir, segundo Brown, medidas para ganhar "os corações e as mentes" dos muçulmanos comuns e separar os extremistas da maioria que respeita as leis.
O sucessor de Tony Blair não concorda com os que afirmam que os terroristas estão motivados apenas pela ira provocada pela presença militar britânica no Iraque e no Afeganistão. Estes indivíduos, segundo o primeiro-ministro, estão cheios de ressentimento "contra a sociedade e particularmente os valores que encarnam as pessoas decentes de qualquer religião".
"Independentemente do Iraque, independentemente do Afeganistão e independentemente do que ocorre em diferentes partes do mundo, há uma organização internacional que tenta infligir o máximo dano a civis perseguindo um objetivo terrorista totalmente inaceitável para a imensa maioria", completou.
Os eventos são interpretados como um aviso dos islamitas ao novo primeiro-ministro de que a saída de Tony Blair, considerado diretamente co-responsável pela guerra do Iraque, não isenta seu sucessor.